Bispo do Porto deseja canonização do “Pai Américo”

Estátua do Padre Américo da Praça da República – Porto

Estátua do Padre Américo da Praça da República – Porto

 

Fundador da Casa do Gaiato será para “sempre cidadão do Porto e modelo da alma cristã e solidária” da cidade.
O bispo do Porto pediu aos cristãos que rezassem para que a “beatificação e canonização” do padre Américo seja uma realidade. No simpósio sobre «Padre Américo – Modelo de Caridade para os nossos dias», realizado no dia 19 de julho para celebrar o aniversário da Obra da Rua, D. António Francisco dos Santos sublinhou na homilia da celebração que o Padre Américo “partiu cedo demais” e não se sabe “quantas barreiras ele teve de vencer”, mas ele “estava decidido! Havia uma força interior que o impelia”.
A Diocese do Porto viveu com “alegria e gratidão” este dia de aniversário da Obra Rua e “evocou com devoção e emoção” a memória do seu fundador, Padre Américo Monteiro de Aguiar, que celebrou o aniversário da morte, no passado dia 16 deste mês.
O Padre Américo percorreu “como ninguém as ruas mais pobres” da cidade do Porto e “lamentou-se de tão tarde ter conhecido a alma da cidade, porque aqui encontrou generosidade e carinho, que nunca se cansou de agradecer”, afirmou D. António Francisco na Casa de Vilar.
A cidade “nunca esqueceu o Pai Américo” e a “estátua que lhe ergueu numa das praças maiores e mais belas” do Porto, “as flores viçosas que pessoas anónimas em cada madrugada ali colocam e o carinho e devoção dos olhares que diariamente com ele ali se cruzam” dizem que o Padre Américo será para “sempre cidadão do Porto e modelo da alma cristã e solidária” da cidade, disse o prelado.
Ao fazer referência aos membros da Obra da Rua, D. António Francisco dos Santos realça que todos os cristãos devem ser “construtores de uma sociedade solidária, impregnada dos valores cristãos”, no “chão sagrado” e na “terra de liberdade, de justiça, de caridade e de atenção aos mais pobres, que é o Porto”.
O exemplo do Padre Américo ajuda os cristãos “nesta missão” e ilumina o caminho, salientou o bispo do Porto.
Ecclesia/ CV

 

Presença em Aveiro
com o Património dos Pobres

Américo Monteiro de Aguiar nasceu em Galegos, Penafiel, distrito e diocese do Porto, no dia 23 de outubro de 1887 e morreu num acidente de viação em Valongo, no dia 16 de julho de 1956.
Em 1923, com 35 anos, entrou para os franciscanos, mas não se adaptou à vida monástica. Integrou-se na diocese de Coimbra, depois de ter visto o seu pedido para entrar no Seminário do Porto recusado pelo bispo da sua diocese de origem. Em Coimbra, descobriu a sua vocação de serviço aos mais pobres quando em 1932 lhe entregaram a responsabilidade de dirigir a “Sopa dos Pobres”. Em 1940, fundou em Miranda do Corvo (Coimbra) a primeira Casa do Gaiato.
Defendendo que “cada freguesia deve cuidar dos seus pobres”, lançou em 1951 o projeto “Património dos Pobres”, que consistia na construção de casas para quem de outro modo não poderia ter uma habitação digna. Na Diocese de Aveiro, em 13 paróquias, há 95 moradias construídas nesta modalidade, destacando-se o Património dos Pobres de Águeda (12 moradias) e o de Ílhavo (20 moradias).