Francisco

M. Oliveira de Sousa
Professor

É incontornável a abordagem ao Pontificado do Papa argentino, depois de quatro anos à frente da Igreja de Roma.
Um dos aspetos que nos apraz sublinhar diz respeito ao discernimento pelo bem comum, ao debate público, ao governo das coisas ditas seculares: a política!
“Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão”, explicitava Francisco em resposta a perguntas colocadas por algumas das nove mil crianças e jovens de escolas e movimentos Jesuítas com quem se encontrou no Vaticano em junho de 2013.
Os cristãos não podem «fazer de Pilatos, lavar as mãos»: «Devemos implicar-nos na política, porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum», frisou Francisco.
«Os leigos cristãos devem trabalhar na política. Dir-me-ão: não é fácil. Mas também não o é tornar-se padre. A política é demasiado suja, mas é suja porque os cristãos não se implicaram com o espírito evangélico. É fácil atirar culpas… mas eu, que faço? Trabalhar para o bem comum é dever de cristão», apontou.
Estas afirmações diretas, espontâneas não afastam nem subsituem a reflexão mais aprofundada das várias matérias que são agenda da sociedade, do mundo: economia, ambiente, solidariedade, segurança, conflito entre os povos, desalojados, desenvolvimento sustentável,… com a missão, recordando Misericordiae Vultus a n.º 16, de levar uma palavra e um gesto de consolação aos pobres, anunciar a libertação a quantos são prisioneiros das novas escravidões da sociedade contemporânea, devolver a vista a quem já não consegue ver porque vive curvado sobre si mesmo, e restituir dignidade àqueles que dela se viram privados. Na relação – continua o n.º 20 – entre justiça e misericórdia. Não são dois aspetos em contraste entre si, mas duas dimensões duma única realidade que se desenvolve gradualmente até atingir o seu clímax na plenitude do amor. A justiça é um conceito fundamental para a sociedade civil, normalmente quando se faz referimento a uma ordem jurídica através da qual se aplica a lei e porque também é dar a cada um o que lhe é devido.
Alicerçados nas Fontes, são belos os pés dos Mensageiros que guiam a história e devem comprometer efetivamente quem se põe a caminho!