No Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe – México

As magníficas rosas que, em Dezembro de 1531, naquele Inverno rigoroso, o índio Juan Diego apresentou, como prova das aparições da Senhora do Céu, caíram ao chão e revelaram uma bela pintura que ainda hoje é motivo de espanto e contemplação na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, muito perto da cidade do México.

Graças a diversas experiências de cientistas de renome, neste Verão pudemos perceber por que é que o mundo católico continua a testemunhar a sua fé nas aparições de Nossa Senhora de Guadalupe, ante a imagem que perdura no manto do índio Juan Diego. A matéria sobre a qual a imagem foi estampada é tecido confeccionado com fibra de ayate (uma das 900 variedades de cacto que abundam no México) e que se decompõe por putrefacção ao fim de 20 anos, aproximadamente. Mas inexplicavelmente este tecido mantém-se intacto há 472 anos. Sem se rasgar ou decompor, é imune à humidade e à poeira. Por outro lado, o tipo de pintura usado no tecido não pertence ao reino vegetal, mineral ou animal, de acordo com a análise do Prémio Nobel da Química de 1938, Richard Kuhn. Por sua vez, outros dois estudiosos, o doutor Calagan, da NASA, e o professor Jody B. Smith, catedrático de Filosofia da Ciência no Pensacolla College, submeteram a imagem à análise fotográfica com raios infravermelhos, tendo chegado às seguintes conclusões:

1ª.) o ayate — tela rala de fio de magüey — não possui preparação alguma, o que torna inexplicável, à luz dos conhecimentos humanos, que os corantes impregnem fibra tão inadequada e nela se conservem;

2ª.) não há esboços prévios, como os descobertos pelo mesmo processo nos quadros de Velázquez, Rubens, El Greco e Ticiano. A imagem foi pintada directamente, tal qual a vemos, sem esboços nem rectificações.

3ª.) não há pinceladas. A técnica utilizada é desconhecida na história da pintura. É inusitada, incompreensível e irrepetível.

Outro aspecto interessante é o facto de a imagem conter diversas figuras perceptíveis só ao microscópio, como se apercebeu o cientista Jose Aste Tonsmann, cuja profissão era captar as imagens da Terra transmitidas do espaço pelos satélites artificiais. Como curiosidade, aqui ficam algumas das imagens que este estudioso observou em 1980: os pormenores que se observaram na íris da imagem são um índio no acto de desdobrar a sua tilma perante um franciscano; o próprio franciscano, em cujo rosto se vê escorrer uma lágrima; uma pessoa muito jovem, tendo a mão sobre a barba com ar de consternação; um índio com o torso desnudo, em atitude quase orante; uma mulher de cabelo crespo, provavelmente uma negra; um varão, uma mulher e umas crianças com a cabeça meio raspada; e mais outros religiosos vestidos com hábito franciscano. Isto é… o mesmo episódio relatado na linguagem Náhualt por um escrito indígena na primeira metade do século XVI e editado por Lasso de La Veja em 1649.

Protectora das Américas, das vocações, das famílias

e dos nascituros

Nossa Senhora de Guadalupe é a protectora das Américas, porque no século XVI, muito perto da actual capital dos Estados Unidos do México, a cidade do México, a Virgem Maria apareceu ao índio Juan Diego. As quatro aparições são narradas por um índio erudito, António Valeriano em meados do século XVI, em Nahuatl, linguagem Azteca.

Anualmente, 10 milhões de fiéis vão em peregrinação ao Santuário, destacando-se a religiosidade do povo mexicano, que nos dias 11 e 12 de Dezembro se dirige em grande número a este local mariano.

Ao todo 24 Papas honraram a Virgem de Guadalupe, tendo o Papa João Paulo II visitado o Santuário em 1979, 1990, 1999 e 2002. Aquando da sua segunda viagem ao México, João Paulo II realizou a cerimónia de beatificação do índio Juan Diego, em Maio de 90. A sua canonização teve lugar a 30 de Julho de 2002.

Baptizado, entre 1524 e 1525, pelo missionário Franciscano Frei Toribio de Benavente, Juan Diego destacou-se pela sua religiosidade, o seu amor à Eucaristia e a sua humildade.