Novo Directório tem como meta a santidade na caridade pastoral

Bispos para o século XXI Bispo do século XXI deve ser um homem de “prudência pastoral”

A Congregação para os Bispos acaba de publicar o novo Directório para o ministério episcopal, onde se destaca “a grande responsabilidade” que cabe aos Bispos das dioceses católicas, na Igreja e na sociedade, nos dias de hoje.

Segundo o Directório, o Bispo do século XXI deve ser um homem de “prudência pastoral” e de “enriquecedora humanidade”, mas também marcado pela “humildade, castidade, bondade, sinceridade, capacidade de escuta e de diálogo”, em suma, “um coração aberto a todos”. Aquele documento vem ao encontro do pedido avançado pelo Sínodo dos Bispos de Outubro de 2001, no sentido de se actualizar o Directório, redigido em 1973.

Aquele documento inclui a Exortação Apostólica “Pastores Gregis”, de João Paulo II, dedicada ao Bispo e publicada em Outubro passado, no contexto das celebrações do vigésimo quinto aniversário do seu pontificado. Nela recolhe proposições que surgiram nesse Sínodo que teve por tema “O Bispo, ministro do Evangelho para a esperança do mundo”.

O texto inclui, também, documentos magistrais das três últimas décadas, como o Código de Direito Canónico (1983), e do magistério de João Paulo II, deixando amplo espaço ainda para documentos do Concílio Vaticano II.

O Directório é, fundamentalmente, pastoral e prático. Aquando da sua apresentação no Vaticano, que ocorreu recentemente, foi sublinhado que, com ele, se pretende “ajudar os Bispos a desempenharem o seu complexo serviço eclesial, em resposta às exigências da Igreja e da sociedade de hoje, ao início do terceiro milénio, caracterizada por novos desafios e problemas, por grandes progressos e repentinas mudanças”.

“O Bispo é um pai que vive para os seus filhos e que forma um só elemento com a sua Igreja e com seus sacerdotes, entregando-se para formar as consciências e para fazer crescer na fé”, foi frisado na apresentação.

Uma das grandes novidades é o capítulo dedicado à espiritualidade do Bispo, no qual se apresenta, como meta, “a santidade na caridade pastoral”.

Noutras passagens, são apresentados princípios fundamentais que devem guiar o governo pastoral do Bispo, nomeadamente “o da verdade, da colaboração, do respeito das competências, da pessoa adequada no lugar adequado, da justiça e da legalidade”.

O texto dedica amplo espaço às três tarefas fundamentais do Bispo: “mestre da fé e anunciador da Palavra”, “santificador do povo cristão”, “pai e pastor da diocese”.

Outras questões abordadas são a vida da paróquia, o plano pastoral diocesano, a assistência à família, aos jovens, aos imigrantes, à acção a favor da justiça e a paz.

Uma última novidade foi o capítulo dedicado ao Bispo Emérito, no qual se apresentam seus direitos e deveres, em relação à Igreja universal e à Diocese.