O estado do(s) Estádio(s)

Ponta de Lança Tem havido alguma controvérsia sobre o assunto. No entanto, agora que se aproxima a hora das inaugurações e “chovem” alguns faustos elogios, quase todos com proveniência para além das fronteiras nacionais, retomam-se as contas, os custos e as derrapagens. Vamos a isto!

Apesar de ser possível a análise concomitante às situações seguintes, há dois cenários possíveis, na nossa modesta opinião:

Para quem não gosta de futebol, está envolvido com outras modalidades menos representativas ou é minimamente inteligente… é verdade! Isto é Estádio a mais!

Para quem gosta de futebol, não está preso afectiva ou directivamente a outras modalidades e – já agora – também é inteligente mas vê mais longe do que o imediato… está enviesado o argumento do exagero de Estádios! Vale a pena o sacrifício da nação!

Os grandes investimentos, as obras de grande enlevo têm de ser acompanhadas por vários níveis da sociedade mesmo que reduzidos ao prisma da vertente económico-financeira na ponderação entre deve e haver: para grandes ideias grande coragem. Primeiro: é necessário sentir e fazer sentir o investimento como investimento; segundo: rigor orçamental; terceiro: empenho transversal de todos os agentes (imobiliário; rodoviário; turístico; lazer e tempos livres; gastronómico; cultural; etc., etc); quarto: os estádios vão desenvolver o país mas é necessário que o país se deixe desenvolver.

Os estádios não são um fim último, são a parte de entradas para milhentas oportunidades – e não necessariamente que venham de fora; essas oportunidades podem estar cá dentro! Caso contrário acaba tudo como, utilizando uma metáfora, um agricultor que empenhou todas as suas poupanças e haveres investindo num grande projecto urbano: apartamentos de luxo, piscina, garagens, lojas,… e depois a única exploração que faz é encher todos esses espaços com galinhas e coelhos ou, pior, na exploração de alguma suinicultura!? Que estupidez!

Desportivamente… pelo desporto!