O milagre eucarístico é a partilha e a construção da unidade

“A festa do Corpo de Deus é um convite a construirmos a comunhão”, afirmou o Bispo de Aveiro, na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, na Sé de Aveiro, na tarde de 26 de maio. O Bispo de Aveiro salientou que quando os cristãos comem o corpo e bebem o sangue de Cristo, isto é, comungam, unem o seu coração ao de Deus. “Pelas veias de Deus e pelas nossas corre o mesmo sangue, circula o mesmo Espírito de Jesus, o Senhor que dá a vida, tal como professamos no Credo. Tornamo-nos um com Deus na pessoa de Jesus. Comungamos com a oferta que da sua vida fez Jesus pelos pobres e por todos. Tornamo-nos amigos de todos eles. Vemos com os olhos de Cristo e palpitamos com o seu próprio coração”, proclamou. A Eucaristia é, pois, a “máxima expressão de intimidade entre o Deus amor e cada um de nós” e tem claras consequências sociais. “Nesta união e comunhão abraçamos todos os homens e neles todo o universo”, afirmou D. António Moiteiro. E incentivou à consequente partilha: ”Há fomes pelos caminhos, que esperam o nosso pão. O desejo de Jesus Cristo é que partilhemos o pão, a fim de toda a gente possa comer. Deste modo, descobrimos na Eucaristia o seu verdadeiro significado: abandonamos as diferenças e construímos a unidade. Saímos de nós mesmos e entramos em comunhão com Deus e n’Ele com o mundo inteiro. Este é o grande milagre que o abraço de Cristo na comunhão deve produzir em nós”.
D. António Moiteiro terminou a homilia com um poema:
“Senhor Deus, tu és o oceano; eu, a onda. Somos um.
Senhor Deus, tu és o alimento; eu, o comensal. Somos um.
Senhor Deus, tu és a videira; eu, o ramo. Somos um.
Senhor Deus, tu és o caminho; eu, o caminhante. Somos um.
Senhor Deus, tu és a seiva; eu, o ramo. Somos um.
Obrigado, meu Deus”.
Um pouco por toda a Diocese, como se pode ver pelas fotos desta página, milhares de pessoas participaram nas celebrações arciprestais do Corpo de Deus, que já não se realizavam à quinta-feira desde 2013.