O Papa encerrou na tarde de segunda-feira, 26 de maio, em Telavive, uma visita de três dias à Terra Santa, com passagens pela Jordânia, Palestina e Israel, na qual repetiu gestos e discursos em favor da paz no Médio Oriente. Em várias intervenções, o Papa condenou o terrorismo, defendeu uma “convivência respeitosa entre judeus, cristãos e muçulmanos” e pediu que “ninguém instrumentalize, para a violência, o nome de Deus”. Criticou “o recurso à violência”, a discriminação por “motivos raciais ou religiosos”, o antissemitismo e as manifestações de intolerância contra pessoas ou lugares de culto.
O Papa deteve-se em oração silenciosa numa série de lugares simbólicos: o muro da Cisjordânia, numa paragem imprevista, em Belém; o Muro das Lamentações; o memorial do Holocausto; a lápide em memória das vítimas israelitas do terrorismo, noutra paragem fora do programa oficial.
As mensagens políticas centraram-se no “direito” que têm “dois Estados de existir e gozar de paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”. “Que a ‘solução de dois Estados’ se torne realidade e não permaneça um sonho”, apelou o primeiro Papa a falar no Estado da Palestina.
Francisco quis sublinhar, neste contexto, que a paz no Médio Oriente exige o reconhecimento universal do Estado de Israel e que “não há outro caminho” a não ser o “do diálogo, da reconciliação e da paz”.
O Papa esteve com refugiados na Jordânia e na Palestina, onde disse aos jovens que “a violência não se vence com a violência”. Francisco elogiou o compromisso do rei jordano na promoção do diálogo inter-religioso e no acolhimento aos refugiados, tendo deixado o seu “apelo mais veemente pela paz na Síria”, para que as partes envolvidas deixem as armas e procurem uma solução política para o conflito.
O Papa foi acompanhado por dois amigos argentinos – o rabino Abraham Skorka, de Buenos Aires, e o professor muçulmano, Omar Ahmed Abboud, secretário-geral do Instituto de Diálogo Inter-religioso da República da Argentina – e abraçou-os diante do Muro das Lamentações, após rezar pela paz. Francisco deixou ao Médio Oriente o convite a um “encontro com os irmãos”, independentemente das “diferenças de ideias, língua, cultura, religião”, para promover a paz e a harmonia.
As dificuldades da comunidade cristã, cada vez mais minoritárias, também estiveram nas preocupações do Papa, que repetiu a exigência de que estes fiéis sejam “cidadãos de pleno direito” e se respeite a liberdade religiosa, um “direito humano fundamental”.
Textos: Agência Ecclesia/J.P.F.; fotos: Agência Ecclesia
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