Vaticano denuncia aumento do número de crianças-soldado

O jornal oficioso do Vaticano, L’Osservatore Romano, denunciou o aumento do recurso de exércitos regulares e não regulares às crianças para combaterem nas suas fileiras. “Está em contínua expansão a tragédia de milhões de crianças cuja infância é roubada das maneiras mais atrozes, entre outras, com o recrutamento forçado como soldados por parte de milícias, envolvidas em dezenas e dezenas de conflitos que ensanguentam o mundo”, afirma a edição diária daquele jornal, em língua italiana.

O artigo, assinado por Pierluigi Natalia, cita um relatório apresentado pelo secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, por ocasião do debate celebrado no Conselho de Segurança da ONU sobre as crianças e os conflitos armados.

As crianças foram utilizadas como soldados, escravos sexuais, trabalhadores e espiões durante 2003, tanto nos novos conflitos co-mo nos de longa duração, segundo denuncia o documento.

O enviado especial do secretário-geral da ONU para as crianças e os conflitos armados, Olar Otunnu, e outras organizações de defesa dos direitos humanos pediram ao Conselho de Segurança que adopte “medidas concretas para evitar esta prática brutal”.

O texto, coordenado pela organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch (HRW), adverte que, em determinadas regiões, como a África, aumentou o recrutamento de menores.