“Abri-me as portas da justiça”

A porta estava fechada desde o Jubileu do ano 2000

A porta estava fechada desde o Jubileu do ano 2000

Francisco abriu a Porta Santa na Basílica de São Pedro no dia 8 de dezembro e a da Basílica de São João de Latrão, catedral de Roma, no dia 13.

 

Na solenidade da Imaculada Conceição, 8 de dezembro, o Papa presidiu à abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, dando início ao 29.º Jubileu da Igreja Católica. “Abri-me as portas da justiça”, pediu Francisco, no breve ritual que decorreu no fim da Missa a que presidiu na Praça de São Pedro, antes de empurrar as portas, fechadas desde o Jubileu do ano 2000.
O Papa foi o primeiro a atravessar a Porta Santa, recolhendo-se depois em oração durante alguns momentos, em silêncio, sendo seguido pelo Papa emérito Bento XVI, que se deslocava com o apoio de uma bengala e ajuda do seu secretário pessoal.
Francisco falou num gesto “simples mas altamente simbólico”. Após a passagem do Papa emérito, atravessaram cardeais, bispos e representantes de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, em procissão até ao túmulo de São Pedro.
“Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia”, pediu o Papa Francisco, na homilia.
A intervenção lamentou a “injustiça” que se faz a Deus quando se afirma, em primeiro lugar, que os pecados são “punidos pelo seu julgamento”, sem colocar em primeiro lugar, pelo contrário, que “são perdoados pela sua misericórdia”. “Que o cruzamento da Porta Santa nos faça sentir participantes deste mistério de amor. Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma”, apelou.

 

Catedral de Roma
No domingo, 13 de dezembro, Francisco abriu a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia na Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão, num dia em que convidou à “alegria” do Natal para combater a tristeza e a solidão.
“Abrimos a Porta Santa, aqui e em todas as catedrais do mundo. Também este simples sinal é um convite à alegria: começa o tempo do grande perdão, é o Jubileu da Misericórdia, é o momento para redescobrir a presença de Deus e a sua ternura de Pai. Deus não ama a rigidez. Ele é Pai, é terno. Faz tudo com a ternura de Pai”, declarou, na homilia da Eucaristia a que presidiu na basílica papal.
Até hoje houve 26 anos santos ordinários e dois extraordinários (anos santos da Reden-ção): em 1933 (Pio IX) e 1983 (João Paulo II). O anúncio deste Jubileu da Misericórdia aconteceu a 13 de março, no Vaticano, quando o Papa explicou que a iniciativa nasceu da sua intenção de tornar “mais evidente” a missão da Igreja de ser “testemunha da misericórdia”.
Ag. Ecclesia / CV