Alguma Voz
Quando eu ouço a voz da fonte
Não sei que canto que encerra
Parece o gozo do mundo
Dentro do ventre da terra
Quando eu ouço a voz do rio
Me lembro de passarinho
Um é livre outro é vadio
Cantando pelo caminho
Quando eu ouço a voz do vento
Não acerto nem me engano
Não é mágoa nem lamento
É cantiga de cigano
Quando eu ouço a voz do mar
Tanto é mansa quanto ataca
Não sei quando é de ninar
Nem sei quando é de ressaca
Quando eu ouço alguma voz
Na janela do horizonte
De alguém cantando por nós
É Deus cantando defronte
(Dori Caymmi / Paulo César Pinheiro na voz de Maria Bethânia)
VIVA VOCE. Preparava-me para escrever um texto sobre “Abril, livros mil”, quando ouvi alguma voz na janela do horizonte, que me sussurrou: 2 de Abril – Dia Internacional do Livro Infantil; 16 de Abril – Dia Mundial da VOZ; 23 de Abril – Dia Nacional da Educação dos Surdos. Ora, o livro infantil pressupõe a voz expressiva de pais e educadores; por outro lado, em contextos educativos, quase só damos pela presença da voz quando alguém faz subir os decibéis da exaltação; pelo contrário, para as crianças surdas, a voz dos outros é uma infinita ausência, clamando por palavras que se transfigurem em gesto. Demos, pois, a vez à VOZ.
Leia o artigo completo na edição em papel do dia 15 de abril de 2015