A semana que terminou a 27 de maio foi fértil em acontecimentos que saturam completamente os media.
Dentro de portas foram um banquete para o Governo e para os políticos as notícias favoráveis ao “gaste agora e pague depois”. Os indicadores económicos evoluíram favoravelmente, com o PIB anual a situar-se nos 2,8% e a taxa de crescimento em 1% e a do desemprego em 10,1%. Quer dizer, parece estar tudo a correr às mil maravilhas, como interpreta o Governo, passando para a opinião pública a ideia de que está tudo a correr de feição, mas o país continua com o garrote na garganta sob o enormíssimo peso da dívida.
Lembram-se deste mesmo ambiente vivido nos últimos governos socialistas (de que fez parte o atual primeiro-ministro) e que levou aos excessos de despesa, com o aumento das remunerações da função pública, desmensurados investimentos públicos em betão e consumo privado e público, sem vaias?
É inegável que o clima sociopolítico que o desempenho do Presidente da República propiciou, com a sua arte de esvaziar as tensões geradas entre o Governo e os partidos e as suas mais estridentes disputas, a adoção do estilo de “senhor contente”, mercê da inesgotável capacidade de ser próximo e popular, indo a todas, expondo-se ao risco repetido de se tornar excessivamente comum e ser levado menos a sério (como já tem acontecido, aliás), foi decisivo para propiciar ao atual governo de estilo populista, fazer o máximo por agradar aos muitos descontentes com as políticas duras e austeras do governo anterior.
Repor os feriados suspensos, reverter as privatizações e as concessões de transportes públicos, para satisfazer o BE, o PCP e a CGTP, devolver impostos e taxas extraordinárias aplicadas sobre as reformas e pensões, para tapar os buracos financeiros abertos pela política despesista e populista dos tempos áureos do socratismo, em que participou o Dr. António Costa, tornam-se aos olhos do povo em dádivas generosas do Primeiro Ministro e satisfazem as reivindicações da esquerda comunista e bloquista, a demais embaladas e perfumadas pela brisa das selfies e da simpatia feliz irradiadas pelo mais alto Magistrado da Nação, resultando tudo numa espécie de hino à felicidade e a um oásis, para dessedentar as miragens dos que querem distribuir depressa e já o que ainda não se alcançou.
Estando à beira de um abismo que nos separa da outra margem, é perigoso querer saltar, sobretudo sem rede de segurança e de proteção contra desvarios. Regozijando-se efusivamente (é seu feitio) com tudo o que de bom acontece a Portugal e distribuindo distinções aos “winners” (ainda não se sabe se o Salvador, da música, também será condecorado), o nosso Presidente declarou que a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo (PDE), anteriormente imposto e agora retirado por Bruxelas, é mérito dos anteriores e dos atuais governantes e, sobretudo, do Povo Português (mais uma baforada de perfume de que todos gostam…).
Nas muitas visitas que o Governo tem feito, nos últimos dias a empresas do Norte e Centro (onde estão a maioria dos exportadores), o senhor primeiro-ministro reconheceu que o clima de crescimento do emprego e das exportações, que tanto está a favorecê-lo (dizemos nós) é obra dos empresários portugueses.
E nós corroboramos inteiramente essa tese, porquanto as empresas que conhecemos na nossa região e no país não beneficiaram, em nada, das políticas desta governança que até nalguns casos prejudicaram a atividade económica e industrial – mais feriados, menos horas de trabalho para a função pública afetando o seu desempenho e repercutindo efeitos diretos na atividade privada, grandes atrasos nos pagamentos do Portugal 2020, graves perturbações do sistema financeiro – venda ao desbarato de bancos, inação completa da Caixa Geral de Depósitos, agravamento dos custos da energia, etc., etc.
Perdão, sejamos justos, pois os sindicatos da CGTP convidados a bordo do paquete do Governo, apenas têm feito umas grevezinhas de favor, estrategicamente planeadas para manter vivas as palavras de ordem do PCP e do BE e fazer de conta que o governo e o PS não estão, afinal, a virar à esquerda como parece.
Mas de Bruxelas são só vieram boas notícias: o Senhor Schauble, odiado Ministro das Finanças alemão, batizou o Dr. Centeno como o Ronaldo do Ecofin (não lhe vi a expressão, mas é de desconfiar…) e o Dr Moedas diz que Portugal ganhou credibilidade para “levantar a voz na Europa”. Pelos vistos só o Dr. Centeno se acha um Ronaldo no meio dos ministros das Finanças Europeus, que nem uma só vez enalteceram as suas jogadas (consta até, como disse o Dr. Marques Mendes que o Dr. Centeno se anda a autopromover) e nem mesmo os seus colegas de partido o fizeram, e muito menos os da geringonça, que voltaram a invetivar o famoso ministro alemão.
Quanto ao Dr. Moedas faz um grande esforço para se fazer ouvir, porquanto ser bem-sucedidos no desempenho da economia, não nos permite sequer piar, quanto ma is levantar a voz, para que não nos venham exigir o que lhes devemos.
Mas da Europa a semana também trouxe coisas muito más, diremos tremendas e horríveis, como o ataque soez, covarde, demoníaco, que matou crianças e adultos em nome de um deus facínora, na cidade de Manchester, na Inglaterra.
Deixem-nos perguntar: porque é que os líderes religiosos do Islão, afirmando que os que matam em nome do seu Deus não são verdadeiros fiéis, se não erguem em universal clamor (e são centenas de milhões) manifestando-se clamorosamente contra os infiéis que matam?
Porque é que se acobardam tantas vezes, refugiando-se dentro as suas mesquitas e se limitam a declarações tíbias, sem eco que se ouça, nas suas comunidades de dezenas de milhares de milhões de irmãos seus?
Como dizia uma jornalista inglesa, porque é que nos consideram maus quando não queremos receber e aceitar os povos imigrantes que professam os Islão, que pretendem viver nos nossos países sem abdicar das suas prerrogativas religiosas e a nós não nos toleram nos deles, perseguindo e matando, como na semana passada aconteceu no Egito, perseguindo e queimando mais de 20 peregrinos cristãos ooptas entre os quais muitas crianças indefesas.
Temos de ser todos tolerantes com a religião de cada um ou são só os cristãos obrigado a sê-o principalmente com os muçulmanos?
Já o Senhor Trump, em digressão pelo Médio Oriente, reafirmou a sua comprovada capacidade de afirmar uma coisa e o seu contrário: na reunião da NATO, que considerou obsoleta e desadequada, demostrou o seu profundo empenhamento nesta organização e no seu futuro. Terá sido para impressionar o seu amigo secreto russo?
Enternecedora foi a vista ao Vaticano e a reunião com o nosso Papa Francisco. A figura impressionante de simplicidade, bondade e santidade do Santo Padre, contrastava claramente com o ar superior, altivo e desenquadrado do Senhor Trump, sobretudo enquanto o Papa cumprimentava carinhosamente a esposa e abençoava o objeto religioso que lhe fora oferecido. Talvez tenha dado, quem sabe, um bom contributo para o apaziguamento do casal!
Como dizia hoje num programa de televisão um pastor protestante, este encontro do arrogante Senhor Trump com o humilde Senhor Papa, só poderá fazer-lhe bem e muito!
Por cá nós alimentamos, sinceramente, a esperança fundada de que a santidade, humildade e sabedoria do nosso Papa, nos encontros que teve com o nosso primeiro-ministro, quando se encontraram em Fátima no dia 12 e 13 de maio, não deixará de dar os seus frutos, amaciando-lhe e adoçando a arrogância que exibe sempre que alguém discorda das suas políticas e opções.
Seria um grande milagre! Quem dera!