Há momentos [como na tragédia de Nova Orleães] em que o homem é forçado a colocar-se as mais profundas interrogações sobre a sua natureza, a sua presença na Terra, a sua relação com tudo quanto o rodeia.

Ruben de Carvalho

Diário de Notícias, 04-09-05

Portugal está contaminado pelo vírus da partidarite. Tudo é feito e pensado em função das lógicas partidárias, que se apoderaram do aparelho do Estado e que se começam a confundir com o próprio regime. É isso que faz de Portugal uma democracia de baixa intensidade.

Judite de Sousa

Jornal de Notícias, 03-09-05

O actual sistema partidário está, progressiva e sistematicamente, a liquidar a noção de cidadania, não permitindo a emergência de pessoas que, podendo ser úteis ao País, o não são, porque não fazem nem querem fazer parte dos aparelhos políticos. O que nos empobrece, sem que alguém pareça preocupar-se muito com o facto.

Helena Sacadura Cabral

Diário de Notícias, 04-09-05

Os portugueses gostam de ser tratados como doentes mentais e esperam que o Presidente da República seja um psiquiatra colectivo, não uma figura institucional e moderada.

João Pereira Coutinho

Expresso, 03-09-05

Em vez de barafustarmos mecanicamente acerca da falta de novidade, de juventude e de dramatismo nos candidatos presidenciais, não poderemos aceitar que temos dois bons candidatos; concordar que nos foi oferecida uma escolha clara e, finalmente, agradecer que, ganhe Soares ou ganha Cavaco, não virá daí o completo descalabro?

Miguel Esteves Cardoso

Diário de Notícias, 04-09-05

Com o que se convencionou chamar “o negócio do fogo”, quanto mais dinheiro o Governo anunciar que vai injectar no combate aos fogos, mais fogos irá haver…

João José Brandão Ferreira

Expresso, 03-09-05

Editar livros escolares é uma actividade meritória. O que não era suposto era que o Estado português obrigasse cada agregado familiar a patrocinar a fundo perdido as ditas editoras. (…) É certo que anualmente teriam de se adquirir alguns manuais. Mas todos? Todos podem ser 16 para um aluno do 7º ou do 9º ano. No fim do ano lectivo, a maior parte desses livros acusa o desgaste entre casa e escola, pois outra consequência desta “manualodependência” é a transfiguração dos alunos em pequenos estivadores que arrastam todos os dias atrás de si quilos de manuais, sem os quais os “stores” não dão aulas.

Helena Matos

Público, 03-09-05