Aprendi a tornar-me só. (…) O que eu senti é que nenhum governo, seja ele qual for, gosta de ter um Presidente da República.
(…) Não tenho dúvidas de que ele [Cavaco Silva] e José Sócrates se vão entender.
Jorge Sampaio
Visão, 02-03-06
O mais difícil é o que está para vir, o que falta fazer e não o que está feito. (…) O que me apaixona não é o exercício do poder, é apenas a ambição de deixar um país melhor.
José Sócrates
Expresso, 04-03-06
Cavaco Silva vai ter um mandato que corresponderá exactamente ao que disse na campanha.
Idem.
O destino que a democracia reserva para os Presidentes, em Portugal, é ingrato. Neles se depositam enormes esperanças. Eleitos pelo povo, têm enorme legitimidade. Mas, sem poderes efectivos, estão sempre à beira de se transformarem em figuras de cera. Têm uma imensa visibilidade, tanta quanta quiserem, mas isso servirá mais para a contemplação do que acção. Se os tempos lhes correm bem, o mérito vai para o governo. Quando é chamado a intervir é geralmente em situação de crise. Se faz qualquer coisa, cai-lhe metade do país em cima. Se não faz, cai a outra. É tanto mais louvado pelas sondagens quanto menos se comprometer. Desde que revela uma opinião firme sobre qualquer assunto, o que todos até agora quase sempre evitaram cuidadosamente, perdem apoio e consideração. Se são gerais e abstractos, são inúteis. Se são concretos e específicos, é porque são metediços. Os que fazem deles Pais da Pátria ficam gratos que sejam Pais ausentes.
António Barreto
Público, 05-03-06
Portugal apresenta hoje todas as características de uma sociedade frustrada, sem um projecto de vida (…). Um povo sem confiança em si, nos seus líderes e no seu país.
Bruno Bobone
Jornal de Negócios, 02-03-06
Os portugueses duram, em média, cada vez mais tempo, têm cada vez menos filhos, e estão a viver sozinhos em maior número. Eis o nosso futuro: velhos solitários sem descendência.
Fernando Sobral
Jornal de Negócios, 01-03-06
O populismo nacionalista de governos europeus joga com o medo das populações da concorrência. O resultado é enfraquecer a economia europeia, distante da dinâmica americana. O medo é mau conselheiro.
Francisco Sarsfield Cabral
Diário de Notícias, 04-03-06