Falta de educação. Um grupo de pessoas, organizadas pelo Sindicato de Professores da Região Centro, recebeu ontem [16-9-05] o primeiro-ministro, às portas de uma escola, aos gritos de “mentiroso” e “fascista” (!). Talvez que entre eles estivesse algum professor de dois políticos que deram um espectáculo lamentável na televisão. A escola é a mesma.
João Morgado Fernandes
Diário de Notícias, 17-09-05
Os senhores políticos advogados saem do governo ou dos centros de poder onde estavam e vão parar aos escritórios de advogados com quem negociaram em nome do estado, e outros senhores advogados saem do escritório e vão parar ao governo ou às administrações das empresas públicas, e assim o circuito nunca se interrompe.
Miguel Sousa Tavares
Público, 16-09-05
Num momento em que todos os portugueses compreenderam já que o sequestro da democracia levado a cabo pelos partidos – no governo, nas autarquias, nos organismos públicos – é, talvez, o mal principal do país, torna-se desmoralizante que estejamos a avançar para umas eleições presidenciais totalmente abafadas pelos directórios partidários.
Idem
Os partidos políticos transformaram-se em máquinas de assalto ao poder. (…) Hoje aceitamos gente que nunca deveria estar em nenhum cargo público, gente que deveria estar na cadeia e que continua por aí com a mania de que ganha eleições.
António Borges
Visão, 15-09-05
De que vale repetir ao leme a cassete do sacrifício e do rigor quando o barco parece tomado por piratas?
João Pereira Coutinho
Expresso, 17-09-05
O que mais impressiona em toda esta história [das nomeações partidárias para cargos do Estado] é o facto de os dirigentes partidários não perceberem que, sem (…) ruptura, deitam todos os dias fora o capital político com que foram eleitos e aquele que amealham com as decisões acertadas de governação.
João Morgado Fernandes
Diário de Notícias, 17-09-05
Até meados de Outubro, vamos ter acções de rua ou greves de militares, de juízes, de magistrados do Ministério Público, de funcionários judiciais, da PJ, da GNR, da PSP, do SEF, da Polícia Marítima e da Administração Pública. Por outras palavras, parece que o Estado declarou guerra ao Governo. (…) Como se chegou até aqui?
Vasco Pulido Valente
Público, 18-09-05