No passado sábado, a igreja paroquial da Gafanha da Encarnação encheu para assistir ao espetáculo cénico musical “Vossemecê que me quer?”, comemorativo dos centenários das Aparições de Fátima e da Primeira Grande Guerra, levado à cena pelo grupo “Pedras Vivas”, da Gafanha da Encarnação.
O ano de 1917 ficou na história de Portugal, e do Mundo, como o ano em que três crianças da zona de Ourém receberam a “visita” de Nossa Senhora no lugar que hoje conhecemos por Fátima, o que aconteceu entre 13 de maio e 13 de outubro. Igualmente, nesse ano, Portugal e um considerável número de países estavam envolvidos num sangrento conflito armado, que durou de 1914 a 1918. Também nesse ano, em outubro, na Rússia seria implantado o primeiro regime comunista, revolução que teria repercussões em todo o mundo.
Conciliando as “Memórias” da Irmã Lúcia com poesia, texto dramático, música e representação, o espetáculo foi “narrando” os acontecimentos de Fátima, centrados nos Três Pastorinhos, desde aquele primeiro 13 de maio até ao dia em que o sol “dançou” perante milhares de pessoas que se deslocaram à Cova de Iria no 13 de outubro. A “narração” que terminou com a morte de Francisco e Jacinta, as crianças que, no passado dia 13 de maio, o Papa Francisco canonizou precisamente no local das Aparições. Intercalando com as “Memórias” da Irmã Lúcia, o palco acolheu “cenas” da Grande Guerra e dos familiares dos militares portugueses que aguardavam ansiosamente notícias do cenário de guerra, notícias que, como se viu, por vezes eram dramáticas.
Apesar da crueza da guerra, Nossa Senhora de Fátima trouxe uma mensagem de esperança a Portugal e ao mundo, garantindo que o fim do conflito estava próximo e que, como foi cantado num dos cânticos finais, haveria uma “Paz sem vencedores e sem vencidos”.
No final, o pároco da Gafanha da Encarnação, P.e Pedro José, agradeceu mais este momento cultural de inspiração religiosa levada à cena pelo grupo Pedras Vivas, grupo informal liderado pelas irmãs Maunáure.