O Papa Francisco recebeu no dia 30 de setembro membros da Associação Nacional de Municípios Italianos e disse-lhes que quem governa deve ter a virtude da prudência, da coragem e da ternura. “Um prefeito [presidente da câmara] deve ter a virtude de prudência para governar, mas também a virtude da coragem para avançar e a virtude da ternura para se aproximar dos mais fracos”, afirmou o Papa na audiência, no Vaticano.
Para o Papa é necessário “uma política e uma nova economia centrada na ética” e os líderes das várias cidades devem “visitar os subúrbios”, urbanos, sociais e existenciais, porque “o ponto de vista do último” indica melhor as “necessidades reais” das populações e afasta “soluções aparentes”.
Francisco propôs aos prefeitos italianos a construção de uma cidade que “não admite os sentidos únicos do individualismo exasperado”, onde nunca se dissociam “o interesse privado do público” e que não suporte os “becos cegos da corrupção”.
Na audiência aos membros da Associação Nacional de Municípios Italianos o Papa desafiou à construção de “comunidades onde cada um se sinta reconhecido como pessoa e cidadão, titular de direitos e deveres”. “O que contribui para o bem de todos, concorre também para o bem do indivíduo”, sublinhou. O Papa referiu-se também à necessidade de “uma política de acolhimento e de integração” que “não deixe à margem” os que chegam às várias cidades.
Afirmando que compreende o “desconforto” de muitos cidadãos pela chegada maciça de muitos migrantes e refugiados, o Papa disse que é necessário promover “espaços de encontro pessoais e conhecimento mútuo”.
“Construir esta cidade exige de vós não um ascendente pretensioso sobre os outros, mas um compromisso humilde e quotidiano a partir dos últimos”, disse o Papa. “Para abraçar e servir esta cidade é necessário um coração bom e grande, para aí guardar a paixão pelo bem comum”, sublinhou Francisco.