A Diocese de Aveiro está mais pobre, com a perda de um músico dedicado e competente, formado ao mais alto nível no campo específico da música sacra. Maestro titular/fundador do Coro da Catedral de Aveiro desde a sua criação em 2009 – num projeto de apresentar ao público os ‘tesouros de inestimável valor’ do património musical da Igreja – à sua frente levou a muitos templos e instituições culturais da diocese, o repertório polifónico, antigo e moderno. Foi igualmente um elemento dinamizador nas celebrações mais festivas da catedral, bem como na formação dos coros litúrgicos. Na vida organística, a sua ação foi determinante, quer enquanto acompanhador, improvisador e concertista, quer enquanto professor da escola de música sacra ou membro de comissões técnicas para o restauro ou aquisição de órgãos para as nossas igrejas.
A diocese do Porto também está mais pobre, ao perder o responsável pelo coro do Seminário Maior, um dos professores de referência da Escola de Ministérios Laicais e o organista titular da sua catedral, nomeado em Outubro de 1995, cargo que exerceu enquanto as forças lhe não faltaram.
A música e a cultura aveirenses estão mais pobres com a perda de um dos seus elementos mais ativos, membro da Comissão Diocesana da Cultura.
Enfim, na comunidade aveirense todos estamos mais pobres: perdemos um músico profissional qualificado, perdemos um amigo, perdemos um Homem Bom, um Homem de Igreja que, no momento em que lhe foi diagnosticada a doença, tranquilizou os mais ansiosos, assegurando-lhes que viveria com a mesma serenidade o tempo que lhe restava de vida, quer fossem alguns meses apenas, quer fossem vários anos.
O Prof. António Mário Costa teve uma formação centrada na música sacra e no ensino. De 1989 a 1994 estudou Órgão e Direção de Coro com os professores Franz Stoiber e Roland Buchner, respetivamente, tendo concluído, em Julho de 1993, a licenciatura na Escola Superior de Música Sacra de Regensburg (Alemanha) e, um ano mais tarde, a licenciatura pedagógica em Órgão, na Escola Superior de Música de Munique.
Professor de Órgão do Conservatório de Aveiro desde Setembro de 1994 – e também de Análise e Técnicas de Composição nos primeiros anos – preparou alunos para o ingresso no ensino superior, formou organistas para a liturgia, protagonizou inúmeras atividades culturais, dentro e fora da escola.
Além da leccionação em Aveiro, foi professor de canto gregoriano na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (pólo do Porto) e, de 1994 a 2000, diretor artístico do coro da instituição. Desde o início (1990) até 2016, foi professor dos cursos de música sacra, promovidos pelo Secretariado Nacional da Liturgia, em Fátima.
Dos coros aveirenses que tiveram o privilégio da sua direção, um destaque para o Coro de Santa Joana Princesa, – uma das nossas formações corais mais ativas – do qual foi maestro desde 2002, e à frente do qual venceu o Concurso Internacional de Coros de La Felguera (Oviedo). Idêntico destaque para o coro de câmara Capella Antiqua, do qual era maestro fundador (2002), com uma visível presença em diversas localidades.
Foram muito numerosos os concertos em que se apresentou, quer enquanto organista, diretor de coro ou diretor de orquestra, quer integrando grupos de música de câmara, em Portugal, Espanha, França, Itália e Alemanha. Um último destaque para a sua atividade como maestro na interpretação de música instrumental ou coral-sinfónica, nomeadamente à frente da Orquestra Filarmonia das Beiras.
A igreja de São Pedro e Aradas foi pequena para acolher quantos se vieram despedir do familiar, do colega, do amigo, e agradecer o dom da sua vida. O clero portuense marcou uma presença muito significativa, com muitos sacerdotes e vários membros do Cabido, na concelebração presidida por D. António Augusto Azevedo, bispo auxiliar do Porto. De registar a presença do Presidente do Secretariado Nacional da Liturgia e do Vigário-Geral da Diocese de Coimbra.
Os cantores acorreram de várias partes, sobretudo dos coros de que o Prof. António Mário era maestro – Coro da Catedral de Aveiro, Coro de Santa Joana Princesa e Capella Antiqua – bem como do Conservatório, sob a direção do Prof. Emanuel Pacheco. A impressionante massa coral imprimiu à missa exequial uma intensidade digna de quem durante 25 anos lutou pela qualidade do canto na liturgia; no Ofertório, um momento comovente criado pelo motete Sicut cervus desiderat, de Palestrina, que o maestro tantas vezes dirigira.
Ao órgão, um dos seus discípulos mais ilustres e mais próximos, Gregório Gomes. Outros organistas aqui vieram, de perto ou de longe, unidos no mesmo abraço.
O desaparecimento prematuro do Prof. António Mário deixa um vazio profundo na música sacra na diocese de Aveiro; mas deixa, ao mesmo tempo, uma luz brilhante a apontar um caminho: de competência, de exigência e dedicação no serviço à liturgia e à cultura.
Ser eu a escrever esta nota de homenagem foi algo que, segundo a ordem natural da vida, nunca imaginei que pudesse acontecer. Mas os caminhos de Deus não são os nossos e Ele colhe os frutos maduros sem olhar ao tempo.
A diocese do Porto também está mais pobre, ao perder o responsável pelo coro do Seminário Maior, um dos professores de referência da Escola de Ministérios Laicais e o organista titular da sua catedral, nomeado em Outubro de 1995, cargo que exerceu enquanto as forças lhe não faltaram.
A música e a cultura aveirenses estão mais pobres com a perda de um dos seus elementos mais ativos, membro da Comissão Diocesana da Cultura.
Enfim, na comunidade aveirense todos estamos mais pobres: perdemos um músico profissional qualificado, perdemos um amigo, perdemos um Homem Bom, um Homem de Igreja que, no momento em que lhe foi diagnosticada a doença, tranquilizou os mais ansiosos, assegurando-lhes que viveria com a mesma serenidade o tempo que lhe restava de vida, quer fossem alguns meses apenas, quer fossem vários anos.
O Prof. António Mário Costa teve uma formação centrada na música sacra e no ensino. De 1989 a 1994 estudou Órgão e Direção de Coro com os professores Franz Stoiber e Roland Buchner, respetivamente, tendo concluído, em Julho de 1993, a licenciatura na Escola Superior de Música Sacra de Regensburg (Alemanha) e, um ano mais tarde, a licenciatura pedagógica em Órgão, na Escola Superior de Música de Munique.
Professor de Órgão do Conservatório de Aveiro desde Setembro de 1994 – e também de Análise e Técnicas de Composição nos primeiros anos – preparou alunos para o ingresso no ensino superior, formou organistas para a liturgia, protagonizou inúmeras atividades culturais, dentro e fora da escola.
Além da leccionação em Aveiro, foi professor de canto gregoriano na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (pólo do Porto) e, de 1994 a 2000, diretor artístico do coro da instituição. Desde o início (1990) até 2016, foi professor dos cursos de música sacra, promovidos pelo Secretariado Nacional da Liturgia, em Fátima.
Dos coros aveirenses que tiveram o privilégio da sua direção, um destaque para o Coro de Santa Joana Princesa, – uma das nossas formações corais mais ativas – do qual foi maestro desde 2002, e à frente do qual venceu o Concurso Internacional de Coros de La Felguera (Oviedo). Idêntico destaque para o coro de câmara Capella Antiqua, do qual era maestro fundador (2002), com uma visível presença em diversas localidades.
Foram muito numerosos os concertos em que se apresentou, quer enquanto organista, diretor de coro ou diretor de orquestra, quer integrando grupos de música de câmara, em Portugal, Espanha, França, Itália e Alemanha. Um último destaque para a sua atividade como maestro na interpretação de música instrumental ou coral-sinfónica, nomeadamente à frente da Orquestra Filarmonia das Beiras.
A igreja de São Pedro e Aradas foi pequena para acolher quantos se vieram despedir do familiar, do colega, do amigo, e agradecer o dom da sua vida. O clero portuense marcou uma presença muito significativa, com muitos sacerdotes e vários membros do Cabido, na concelebração presidida por D. António Augusto Azevedo, bispo auxiliar do Porto. De registar a presença do Presidente do Secretariado Nacional da Liturgia e do Vigário-Geral da Diocese de Coimbra.
Os cantores acorreram de várias partes, sobretudo dos coros de que o Prof. António Mário era maestro – Coro da Catedral de Aveiro, Coro de Santa Joana Princesa e Capella Antiqua – bem como do Conservatório, sob a direção do Prof. Emanuel Pacheco. A impressionante massa coral imprimiu à missa exequial uma intensidade digna de quem durante 25 anos lutou pela qualidade do canto na liturgia; no Ofertório, um momento comovente criado pelo motete Sicut cervus desiderat, de Palestrina, que o maestro tantas vezes dirigira.
Ao órgão, um dos seus discípulos mais ilustres e mais próximos, Gregório Gomes. Outros organistas aqui vieram, de perto ou de longe, unidos no mesmo abraço.
O desaparecimento prematuro do Prof. António Mário deixa um vazio profundo na música sacra na diocese de Aveiro; mas deixa, ao mesmo tempo, uma luz brilhante a apontar um caminho: de competência, de exigência e dedicação no serviço à liturgia e à cultura.
Ser eu a escrever esta nota de homenagem foi algo que, segundo a ordem natural da vida, nunca imaginei que pudesse acontecer. Mas os caminhos de Deus não são os nossos e Ele colhe os frutos maduros sem olhar ao tempo.
Deus o tenha na sua Paz
e guarde os que choram a sua partida.
e guarde os que choram a sua partida.
Domingos Peixoto