Dos assuntos abordados destacam-se os seguintes:

  1. No mundo do trabalho encontramos alguns aspetos positivos, como a diminuição do desemprego no geral. No entanto, a meta será sempre o pleno emprego. Procurou-se ver o trabalho como algo de positivo e a forma de ser presença evangélica neste meio. Verificou-se, pelas diferentes reflexões que os grupos apresentaram, que o trabalho é sempre um dar e receber. Quando há transparência na apresentação de resultados e objetivos, em conjunto com os trabalhadores, os problemas das empresas resolvem-se e torna-se possível projetar um novo futuro. Colocados no centro e respeitados na sua dignidade, os trabalhadores são o mais importante capital; noutras circunstâncias perdem o medo e, quando necessário, dizem não, para obrigar a encontrar novas soluções que permitam uma harmonia entre a família e o trabalho.
  2. Nem sempre o mero cumprimento da lei é ser justo, porque esta não é justiça. Quando os trabalhadores cumprem os seus deveres, é mais fácil exigirem os seus direitos, mas nem sempre isso acontece. Constatou-se que é possível harmonizar o trabalho com a vida familiar, quando existe diálogo e sensibilidade dos empresários.
  3. Jesus tinha o mérito de transformar as situações negativas em positivas, a tristeza em alegria. Ajudava as pessoas a pensar. Nunca dava as respostas completas, sem questionar o interlocutor. Mas quando lhe perguntaram onde morava, Ele não se inibiu e disse «Vinde e vereis». Jesus hoje continua a chamar os trabalhadores para a missão. Ele envia-nos para irmos ao encontro dos nossos colegas de trabalho, aos locais de residência, num trabalho de casa a casa, de tu a tu, de coração a coração. “Fomos concebidos no coração de Deus e por isso, «cada um de nós é o fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um de nós é amado, cada um é necessário». (Ls 65). O Criador tem um carinho especial por cada ser humano. “Ajudar os pobres com dinheiro deve ser sempre um remédio provisório para enfrentar emergências. O verdadeiro objetivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho” (Ls 128).
  4. Todos os trabalhadores têm direito a desfrutar de uma ecologia integral, porque “o homem não se cria a si mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza”. Por isso, somos chamados a ser presença de Cristo no mundo do trabalho.
  5. Reafirmamos a necessidade de que todos tenham trabalho e disponham dos meios de sobrevivência com dignidade; reivindicamos que seja reconhecido o estatuto do trabalhador. Sabemos que trabalho queremos: trabalho livre; criativo; participativo e solidário. Estamos conscientes de que a Evangelização do mundo operário depende de nós! Investir na formação para os direitos de quem trabalha e para o valor das organizações laborais (sindicatos e comissões de trabalhadores); adaptar os postos de trabalho para evitar acidentes e desgastes físicos, recorrendo a novos conceitos tecnológicos, salvaguardando a saúde dos trabalhadores são urgências que sublinhamos.
  6. O Movimento de Braga na sua semana temática, a realizar em abril, refletirá sobre a nova organização do trabalho, os horários laborais e, em particular, o trabalho ao Domingo.

O encontro terminou com a celebração da Eucaristia a que presidiu o cónego João Aguiar Campos.