Ago 7, 2020 | Artigo, Informações, Migrantes, Missões, Notícias, Publicações
Iniciativa promovida pela Igreja Católica em Portugal decorre de 9 a 16 de agosto
Lisboa, 03 ago 2020 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Portugal vai promover de 9 a 16 de agosto a Semana Nacional de Migrações, inspirada pela mensagem do Papa Francisco, ‘Forçados, como Jesus Cristo a Fugir’, procurando apresentar “testemunhos de vida” sobre a realidade das deslocações forçadas, por causa da pobreza ou da guerra.
“Vamos dinamizar de maneira diferente, e envolver as pessoas o mais possível nesta semana, as pessoas que trabalham com migrantes e refugiados mas não só; vivemos um tempo em que percebemos que estamos no mesmo barco e na mesma casa comum, mas com muitas desigualdades e percebemos que conseguimos fazer muito quando trabalhamos em conjunto”, refere à Agência ECCLESIA Eugénia Costa Quaresma, diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM).
Perante as limitações impostas pela pandemia, a OCPM decidiu lançar um desafio aos “colaboradores e agentes pastorais ao serviço da Igreja” mas também a organismos da sociedade civil.
“Queremos conhecer o percurso migratório, tomar a iniciativa de contar a sua história de vida e fazer-nos chegar todas as iniciativas, seja em formato vídeo, seja por escrito, seja gravando um áudio ou até quem tem jeito para o desenho que faça uma banda desenhada”, explica Eugénia Quaresma.
Através do endereço ocpm@ecclesia.pt os contributos recolhidos vão dinamizar a semana nacional de Migrações e projetar o Dia Mundial do Migrante e Refugiado 2020 (27 de setembro).
A diretora da OCPM aponta ainda que, neste semana que o enfoque recai sobre as migrações forçadas, as suas causas, os deslocados internos e a cooperação internacional, a “sociedade precisa dos migrantes e refugiados”.
“É preciso perceber que a nossa sociedade precisa de migrantes e de refugiados, contar com o talento de todos e aprender a conviver e não embarcar nos estereótipos e no que vemos discorrer nas redes sociais, que é tão triste e revela ignorância, vamos por isso conhecer para compreender”, destaca.
O bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, D. José Traquina, vai presidir à peregrinação de agosto, dias 12 e 13 de agosto, que “é marcada sempre pelo calor da diáspora”, no Santuário de Fátima.
O 106.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado tem como tema ‘Forçados, como Jesus Cristo, a fugir. Acolher, proteger, promover e integrar os deslocados internos’.
Francisco destaca na sua mensagem para a celebração que aqueles que fogem da sua terra, sem abandonar o próprio país, vivem, muitas vezes, um drama “invisível” que a crise mundial causada pela pandemia de Covid-19 “exacerbou”.
A OCPM, inspirada pela mensagem pontifícia para este ano, propõe uma dinamização em torno da conjugação de verbos, que se constituem em seis subtemas: “Conhecer para compreender; aproximar-se para servir; ouvir para se reconciliar; compartilhar e assim crescer; envolver para promover; colaborar para construir”.
A Secção ‘Migrantes e Refugiados’ do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé) é responsável pela preparação desta celebração, antecedida por uma campanha de comunicação, atualmente em curso.
SN/OC
Mai 12, 2020 | Dioceses, espiritualidade, Missões, Notícias
Evento, marcado na rede social Facebook, assinala início de uma “atípica peregrinação de maio”
Nunca, em mais de 100 anos de história, uma peregrinação se fez sem peregrinos. Nunca até amanhã, às 21h30, quando da Capelinha das Aparições, em Fátima, for iniciada mais uma peregrinação aniversario das aparições da Cova da Iria.
“Este é um momento doloroso: o Santuário existe para acolher os peregrinos e não o podermos fazer é motivo de grande tristeza; mas esta decisão é igualmente um ato de responsabilidade para com os peregrinos, defendendo a sua saúde e o seu bem-estar”, avança o reitor do Santuário de Fátima numa mensagem dirigida a todos os peregrinos, na qual lhes pede para ficarem em casa, sublinha o padre Carlos Cabecinhas, diretor do Santuário mariano.
Para uma noite “atípica” o santuário de Fátima propõe a iniciativa «Manto de Luz», já amanhã.
Na noite de 12 de maio, a partir das 21h30, “rezemos a oração do Rosário e acendamos uma vela, colocando-a na nossa janela. Unidos pela fé, participemos nesta grande Procissão das Velas, criando, a partir de nossa casa, um manto de luz, sob a proteção da Senhora do Rosário de Fátima”.
O evento criado na rede social Facebook conta já com mais de 5 mil pessoas a dizerem “presente”.
Como habitualmente os serviços de comunicação do Santuário vão disponibilizar transmissão em direto a partir da sua presença no Youtube ou na página www.fatima.pt
Programa sem peregrinos
No dia 13, a habitual oração do Rosário começa às 9h00, na Capelinha das Apariçõ2es e às 10h00 será celebrada a Missa da Solenidade de Nossa Senhora de Fátima, presidida pelo cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima. As celebrações desta primeira Peregrinação Internacional Aniversária, que evoca a primeira Aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria, termina com a Procissão do Adeus.
A decisão do Santuário surge no contexto da situação de pandemia que o país e o mundo atravessam e foi comunicada numa mensagem de vídeo do bispo de Leiria-Fátima, cardeal D. António Marto, no passado dia 6 de abril.
A Peregrinação Internacional de maio é a primeira grande peregrinação deste ano pastoral em que o Santuário convida os peregrinos a «Dar graças por viver em Deus» e assinala a primeira aparição de Nossa Senhora aos três Pastorinhos em maio de 1917.
Paróquias com imagem de Nossa Senhora pelas ruas
Nas redes sociais e nas páginas oficiais de muitas paróquias, de norte a sul do país, as comunidades cristãs mobilizam-se para a “passagem da imagem de Nossa Senhora” pelas ruas das localidades que se “esperam vazias”. Os crentes são incentivados a “irem à janela, colocar a sua vela, e rezar a Nossa Senhora a oração do terço”.
Imagem: Santuário de Fátima
Educris|11.05.2020
http://www.educris.com/v3/noticias/9494-fatima-propoe-manto-de-luz-para-a-noite-de-12-de-maio?fbclid=IwAR3mMdzHWqM1pg09pF9w-YAGhtCGmE4v4nAH5DJufq1P2_gIlwyRXb4cpwU
Mai 7, 2020 | Informações, Missões
O Secretariado Nacional de Educação Cristã, lançou ‘Catequese em casa’ em formato video. Desde o dia 20 de abril que estão a ser disponibilizadas as catequeses do 3º Bloco da catequese de Infância.
Podemos acompanhar on- line as propostas de contributo para a vivência da Catequese da Infância neste tempo pascal e vão acontecer até ao fim do ano pastoral.
De segunda a sábado, é possível acompanhar um novo encontro, no canal Youtube Educris, cerca das 18:30 e têm a duração de 20 minutos (https://www.youtube.com/user/canaleducris). Com o seguinte calendário:
2ª feira – 1º catecismo
3ª feira – 2º catecismo
4ª feira – 3º catecismo
5ª feira – 4º catecismo
6ª feira – 5º catecismo
Sábado – 6º catecismo
Abr 28, 2020 | Documentos, Migrantes, Missões, Publicações
Testemunho do Dr. José da Silva Coutinho, falecido ontem em Portugal após doença prolongada, por ocasião do 1º Congresso Mundial das Comunidades Portuguesas, realizado pela Conferência Episcopal Portuguesa, no Porto, no final de Março de 2005. Um homem-ponte em que a fé e a esperança cristãs o guiaram no sonho de uma igreja aberta a todos, e a todos enviada na fidelidade ao Evangelho de Cristo.
Migrantes : sacramento de catolicidade para uma Igreja aberta a todos
“ E foi no seio desta igreja em França que os portugueses surgiram, à maneira de um sacramento de catolicidade, abrindo-a à diversidade de povos, de origens, de culturas e línguas, sinal e meio da unidade de todo o Género humano e da união intima com esse Deus que invocamos com Pai, cada um nas nossas diferentes línguas. Quando, em 1996, os bispos de França escreviam, na Carta Pastoral aos católicos de França, que era urgente reconhecer que as famílias católicas da imigração eram, hoje, as únicas capazes de dar testemunho do Evangelho nos bairros das periferias das grandes cidades e nas zonas de fractura humana e social, davam corpo á quilo que escrevia dez anos mais cedo o saudoso Padre Manuel António Pimentel, padre dos Açores ao serviço da Pastoral das migrações em França: “tenho uma preocupação permanente : que podemos fazer para que os imigrantes assumam, no quadro da Igreja em França, a sua própria palavra de maneira visível e colectiva? Como permitir que passem do estado de “pessoas de quem se fala” ao estado de “pessoas que falam?”. (Livro de Actas, 1º Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas, “Migrações em Portugal : ousar a Memória, fortalecer a Cidadania”, 2006, Gráfica de Coimbra, pág. 139)
Abr 28, 2020 | Documentos, Migrantes, Missões, Recortes
https://agencia.ecclesia.pt/portal/igreja-sociedade-obra-catolica-portuguesa-de-migracoes-lamenta-falecimento-de-jose-coutinho-da-silva/
Antigo diretor do Serviço da Pastoral das Migrações da Conferência Episcopal Francesa
Lisboa, 21 abr 2020 (Ecclesia) – José Coutinho da Silva, antigo diretor do Serviço da Pastoral das Migrações da Conferência Episcopal Francesa, faleceu esta segunda-feira, na sequência de doença prolongada.
A Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) presta homenagem ao colaborador dos bispos franceses, que assumiu ainda funções pastorais na comunidade católica de Orleães.
“Foi uma ponte entre a igreja portuguesa e francesa”, assinala Eugénia Quaresma, diretora da OCPM, em nota enviada à Agência ECCLESIA.
D. Januário Torgal Ferreira, bispo emérito das Forças Armadas, acompanhou o trabalho do leigo português em França, recordando-o como “a pessoa mais sensível e capaz” que encontrou no mundo da emigração.
“Foi um português que honrou a Igreja em Portugal e a humanidade”, refere à Agência ECCLESIA.
Para o responsável católico, José Coutinho da Silva foi um “exemplo de integridade e fé, que nunca pedia nada em troca”, destacando a sua atividade “junto dos mais abandonados e desprotegidos”.
O padre Lino Maia, da Diocese do Porto, entrou no Seminário e concluiu o seu curso de Teologia, em 1970, com o falecido emigrante, que recorda como “um homem muito completo”, que se destacava pelas relações humanas e o “grande espírito de serviço”.
Para os colegas era claramente o melhor, tanto em humanidade como na sua vivência eclesial”.
O presidente da CNIS recorda que José Coutinho da Silva procurou responder às necessidades que surgiram no “pico da emigração clandestina” para França, um trabalho que lhe valeu a admiração da Conferência Episcopal Francesa e do bispo de Orleães, que lhe confiou a responsabilidade de coordenar uma equipa pastoral, numa comunidade com muitos migrantes, em particular magrebinos.
O perfil deste homem devia ser estudado, por aquilo que era e por aquilo que fez”.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, publicada por ocasião do Dia de Portugal em 2016, José Coutinho da Silva falava da sua ligação ao país natal: “Eu sei de onde vim, procuro um caminho para onde vou e há muita gente que o dinheiro os fez esquecer de onde vieram”.
“Na quase totalidade das dioceses de França, os portugueses que se aproximaram ou que se deixaram aproximar pela Igreja têm uma presença importante na vida das diferentes comunidades paroquiais”, assinalava ainda.
PR/LFS/OC
Abr 28, 2020 | Migrantes, Missões, Recortes
Padre Carlos Caetano considera que «sentimentos de compaixão e solidariedade, perante a pandemia, vão deixar frutos positivos»
Lisboa, 16 abr 2020 (Ecclesia) – O responsável pelas comunidades católicas portuguesas em França, padre Carlos Caetano, disse à Agência ECCLESIA que a “experiência do isolamento social” faz compreender melhor o que é “ser-se migrante ou refugiado”.
“É uma situação dramática mas há frutos positivos porque, pela primeira vez, estamos a fazer a experiência de não termos a possibilidade de nos mover como queremos, por isso poderemos compreender melhor o que é ser-se migrante ou refugiado, estar tanto tempo impedido de viajar ou estar há tanto tempo fechado num campo de refugiados”, afirmou o padre Carlos Caetano.
O responsável pela Capelania de Língua Portuguesa adiantou ainda que a população que agora está em isolamento e acompanhou as celebrações pascais pelas transmissões televisivas, por exemplo, “sentiu na pele a experiência dos doentes” que não têm muitas vezes outras forma de alimentar a fé.
“Agora pela primeira vez estamos a seguir a missa através de ecrãs e sentimos na pele a experiência de tantos doentes e há uma grande compaixão que se está a desenvolver neste tempo de isolamento”, aponta.
O sacerdote scalabriniano assume que esta foi uma “Páscoa diferente, com celebrações vividas de forma diferente” mas que temos de olhar a realidade envolvente e perceber que há outros sacrifícios.
Este ano houve muitos migrantes que se viram frustrados nos planos de viagem, de férias e de regresso às suas casas, quando muitos pensavam ir a Portugal, mas esse é um sacrifício muito modesto porque quando pensamos no sacrifício de pessoas que têm de ir trabalhar com medo de ficar doentes, ou que estão nos hospitais esse é o grande sacrifício”.
O padre Carlos Caetano adiantou ainda que em França, “a cada noite pelas 20 horas, as pessoas vão às suas janelas para aplaudir os profissionais de saúde”.
Quanto à dinâmica pastoral o sacerdote refere que os migrantes estavam em vantagem em relação aos franceses e que já muito estava a ser feito para promover a “comunicação e comunhão”.
“Enquanto que nas paróquias francesas o território é muito importante, aquela é a minha paróquia, para a pastoral dos migrantes isso torna-se secundário, procuramos a comunidade onde se celebra a nossa Língua, o rito e haja respeito pelas nossas tradições, eu conheço famílias que fazem até uma hora de estrada para irem àquela Igreja onde se celebra em Português”, conta.
Além disso a comunidade portuguesa já “tinha desenvolvido uma página de Facebook, grupos de whatsApp e programas na rádio” e isso que era útil antes do isolamento “ainda se tornou mais necessário”.
O religioso referiu ainda que as partilhas da liturgia e comentários à Eucaristia têm sido uma mais valia neste tempo de isolamento devido à pandemia do Covid-19.
“Um exemplo de diálogo que já fazia antes e que não foi preciso inventar por causa do isolamento, todas as semanas num blog que mantenho desde 2008 partilho as leituras e comentário da missa, assim já havia um esforço para dar visibilidade à liturgia em português mas que já existia, depois SMS, WhatsApp, Facebook e as novas tecnologias que nos permitem estar em comunicação e em comunhão”, assume.
SN
agencia.ecclesia.pt/portal/covid-19-isolamento-ajuda-a-compreender-o-que-e-ser-migrante-ou-refugiado-capelao-das-comunidades-portuguesas-em-franca/