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Testemunho do Dr. José da Silva Coutinho, falecido ontem em Portugal após doença prolongada, por ocasião do 1º Congresso Mundial das Comunidades Portuguesas, realizado pela Conferência Episcopal Portuguesa, no Porto, no final de Março de 2005. Um homem-ponte em que a fé e a esperança cristãs o guiaram no sonho de uma igreja aberta a todos, e a todos enviada na fidelidade ao Evangelho de Cristo.

Migrantes : sacramento de catolicidade para uma Igreja aberta a todos

“ E foi no seio desta igreja em França que os portugueses surgiram, à maneira de um sacramento de catolicidade, abrindo-a à diversidade de povos, de origens, de culturas e línguas, sinal e meio da unidade de todo o Género humano e da união intima com esse Deus que invocamos com Pai, cada um nas nossas diferentes línguas. Quando, em 1996, os bispos de França escreviam, na Carta Pastoral aos católicos de França, que era urgente reconhecer que as famílias católicas da imigração eram, hoje, as únicas capazes de dar testemunho do Evangelho nos bairros das periferias das grandes cidades e nas zonas de fractura humana e social, davam corpo á quilo que escrevia dez anos mais cedo o saudoso Padre Manuel António Pimentel, padre dos Açores ao serviço da Pastoral das migrações em França: “tenho uma preocupação permanente : que podemos fazer para que os imigrantes assumam, no quadro da Igreja em França, a sua própria palavra de maneira visível e colectiva? Como permitir que passem do estado de “pessoas de quem se fala” ao estado de “pessoas que falam?”. (Livro de Actas, 1º Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas, “Migrações em Portugal : ousar a Memória, fortalecer a Cidadania”, 2006, Gráfica de Coimbra, pág. 139)