O dia nacional do cigano, 24 de Maio, entrou para o calendário dos eventos brasileiros graças ao decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 25 de maio de 2006.
DIA NACIONAL DO CIGANO NO BRASIL
“Alarga o espaço de tua tenda para todos os lados irás te expandir”. (Isaias 54, 2-3).
O dia nacional do cigano, 24 de Maio, entrou para o calendário dos eventos brasileiros graças ao decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 25 de maio de 2006. Ao assinar esse ato, o presidente reconheceu a importância da contribuição da etnia cigana no processo de formação da história e da identidade cultural brasileira.
Certamente, nenhum povo sofreu tantas perseguições e discriminações quanto o povo cigano pelo mundo a fora… Apesar de tudo, os ciganos mantiveram suas tradições e cultura, e deixaram para os outros povos, legados de riquezas matérias, culturais e ensinamentos.
Os ciganos no Brasil são muitos e estão por toda parte, embora muitos ainda permaneçam invisíveis.
Perguntamos sempre onde estão e quantos são os ciganos? Eles vivem ainda em acampamentos como nómadas? Eles moram nas periferias e favelas? Tem casas? Tem apartamentos?
O que eles fazem para viver? Sabemos que eles são artesãos, operários, músicos, artistas de circo, de televisão, de teatro, são professores, profissionais liberais, empresários e funcionários públicos. Eles são iguais aos outros povos e etnias. O que os diferencia?.A sua história, hábitos, costumes, língua e tradições, que os diferenciam e os identificam.
Os ciganos são parte integrante do nosso povo. Eles contribuíram para a constituição das riquezas materiais e culturais do Brasil. E, certamente, quando pudermos romper com as barreiras dos preconceitos, podemos aprender a receber mais desse admirável povo.
Devemos nos empenhar para abolir todos os preconceitos que existem na população, que ainda estão nos livros ou nas escolas e também nas igrejas.
Os ciganos são cidadãos de plenos direitos que precisam ser respeitados nas suas maneiras de ser. O Poder Público da União, Estado e Município tem uma dívida secular para com o povo cigano e, certamente, é tempo de resgatar essa dívida.
Assim, o ensino para as crianças ciganas que vivem nos acampamentos, deve ser pensado e discutido com as comunidades ciganas, respeitando sempre suas tradições e língua. Também as Prefeituras Municipais precisam destinar espaço adequado com infra-estrutura para seus acampamentos. Ninguém poderá invadir seus acampamentos pois ali é seu local de moradia; o atendimento a saúde deve levar em consideração o seu tipo de vida e seus costumes.
Nenhuma política terá sucesso se não com a participação da comunidade cigana e suas lideranças. Em todas as Conferências de Direitos Humanos, a comunidade cigana esteve presente, participando activamente, denunciando e propondo acções.
Que este dia por certo contribuirá para que os ciganos e não ciganos, que lutam e acreditam no fim de todas as formas de preconceitos e descriminação, persigam na luta da igualdade para todos.
Querido povo cigano a Igreja vos ama, em Cristo Jesus.
Dom José Edson Santana Oliveira, Bispo Diocesano de Eunápolis
Responsável da Pastoral dos Nômades no Brasil