O Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes publicou o documento final do 1º Encontro Mundial de Sacerdotes, Diáconos, Religiosos e Religiosas Ciganos que se realizou em Roma de 22 a 25 de Setembro de 2007.
DOCUMENTO FINAL DO ENCONTRO DE CONSAGRADOS CIGANOS
O Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes publicou o documento final do 1º Encontro Mundial de Sacerdotes, Diáconos, Religiosos e Religiosas Ciganos que se realizou em Roma de 22 a 25 de Setembro de 2007, com o tema “Com Cristo ao serviço do povo cigano”.
Refere-se que as Orientações para uma Pastoral dos Ciganos recomendam a preparação dos próprios ciganos para as tarefas pastorais no meio do seu povo e nesse sentido solicita uma pastoral das vocações ciganas. No Encontro participaram 33 ciganos de 10 países: Espanha, França, Hungria, Itália, Lituânia, Rep. Checa, Roménia, Eslováquia, Ucrânia e Brasil; a Índia não pôde participar. Os participantes fizeram uma visita ao Santuário do Amor Divino que tem uma igreja dedicada ao Beato Zeferino de cuja beatificação se comemorou este ano o 10º aniversário; aí, os participantes foram recebidos por Mons. Bruno Nicolini, Responsável pela Pastoral dos Ciganos na Diocese de Roma, grande impulsionador da causa de beatificação e actualmente de canonização do Beato Zeferino, por um grupo de ciganos e por membros da Comunidade de Stº Egídio que trabalha muito com as populações ciganas.
Mons. Mário Riboldi, também um grande pioneiro da pastoral dos ciganos há mais de 50 anos, referiu que existem mais de 100 consagrados ciganos no mundo. Na sua exposição, D. José Edson Santana de Oliveira, Bispo de Eunápolis e Presidente da Comissão Episcopal Brasileira da Pastoral dos Ciganos, referiu que o Presidente Lula da Silva tem origens ciganas; há um ano o Governo do Brasil instituiu um Dia Nacional do Cigano.
O P. René Bernard, S.J. que trabalha também há longos anos com os ciganos e que já foi Director Nacional da Pastoral dos Ciganos em França apelou para o reconhecimento dos ciganos aos níveis local, regional, nacional e internacional. O P. Claude Dumas, cigano, actual Director Nacional da Pastoral dos Ciganos em França, referiu o pedido que as Orientações fazem no sentido de os ciganos consagrados sensibilizarem os seus irmãos de etnia “a ‘terem a coragem’ de ir ao encontro dos gadjé”.
Entre as conclusões salientou-se a necessidade da abertura e da disponibilidade quer da parte dos ciganos quer dos gadjé para se retransmitirem reciprocamente o Evangelho e viverem autenticamente a catolicidade da Igreja. Um Baptismo único confere aos fiéis ciganos ou não, uma dignidade igual; os ciganos devem poder ser reconhecidos na Igreja em igualdade com todos os outros católicos, com todas as suas riquezas próprias.
As recomendações apelam a um maior empenhamento das Conferências Episcopais e das Dioceses na pastoral dos ciganos.