EM FOCO: EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS CIGANAS

A Newsletter da OBGIB (Observatório das Comunidades Ciganas – ACM (Alto Comissariado para as Migrações)) de julho traz um Editorial da Coordenadora do OBCIG (Professora Doutora (da Universidade do Minho) Maria José Casa-Nova) (MJCN), intitulado ”Formar uma elite ou educar um povo?”, um artigo de Sofia Marques da Silva, Coordenadora do Eixo Inclusão INCoDe.2030, iniciativa do Ministério da Ciência e Ensino Superior e do Ministério da Presidência e da Modernização Administrativa, sobre “Abordagens para a inclusão digital de pessoas em situação de vulnerabilidade” e entrevistas com alunos e uma aluna ciganos do secundário de Lisboa, Vila Verde e Braga, (com vídeos), secção intitulada “Vozes ciganas no ensino secundário”. Noticia ainda projetos da Associação Cigana de Coimbra e de outras organizações. Apresentamos excertos do Editorial.

 

Referindo fonte do ME (Ministério da Educação), MJCN indica que no ano lectivo 2016/17 se estima que 60% das crianças ciganas que entraram para o 1º ciclo do ensino básico, tinham frequentado a educação pré-escolar. Por outro lado, verificou-se alguma paridade entre os jovens que frequentam o ensino secundário: 46% raparigas e 54% rapazes. MJCN conclui que a realidade subjacente aos constrangimentos socioculturais de continuidade do percurso escolar que afetam as raparigas, “está em processo de mudança positiva”. No entanto, MJCN conclui que o número de jovens ciganos que em 2016/17 frequentava o ensino secundário, será inferior a 10% da população cigana em idade de frequência deste nível de ensino. Cerca de 45% destes alunos frequenta cursos profissionais; cerca de um terço dos alunos do 3º ciclo frequenta o que está classificado como “outras ofertas” de ensino, factos estes que, na opinião de MJCN inibe “uma mobilidade social ascendente e o exercício de uma cidadania informada e crítica”. Relativamente ao abandono escolar nos 2º e 3º ciclos, o das raparigas  continua a ser superior ao dos rapazes.                                                                                              A concluir, MJCN salienta “a importância da mobilização e articulação presentemente existentes” entre o ME, a Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade, e o ACM, em conjunto com a população cigana, no sentido da “diminuição das desigualdades sociais”.