Moreirense 3 – Beira-Mar 0 Circunstâncias
Estádio Comendador Joaquim Almeida de Freitas; domingo 10 de Fevereiro de 2013; Moreirense 3 (Aníbal Capela 45 + 3’; Ghilas 69’, 82’) Beira-Mar 0; Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto); cerca de 2 000 espetadores.
Uma mão cheia de nada
Em jogo realizado no último domingo em Moreira de Cónegos, relativo à 18.ª jornada da Liga Zon Sagres, o Beira-Mar averbou mais uma derrota e logo frente a um adversário direto na luta pela manutenção. Apesar de terem que remar sempre contra a maré, num jogo algo atípico para os aveirenses, estes não foram capazes de demonstrar a força, a garra e o crer que os notabilizaram noutras partidas, parecendo até estar contagiados pelo espirito da época. Voltaram para casa com uma dura e preocupante derrota.
Um azar nunca vem só
Os aveirenses entraram em campo dispostos a impor desde cedo o seu futebol e a fazer com que a equipa agora comandada por Augusto Inácio ficasse algo nervosa e temerosa logo no início da partida. Pegando nas palavras de Ulisses Morais, que na véspera havia dito que “o nosso desafio é connosco”, podemos dizer que, apesar dos esforços do treinador, a sua mensagem não se fez sentir no jogo nem nos seus jogadores. Mesmo tendo em conta algumas contrariedades, o Beira-Mar não demonstrou argumentos para fazer frente a uma equipa cínica e astuta como foi a do Moreirense. Prova disso foi a forma como os da casa jogaram toda a primeira parte, ou seja, em busca do erro do adversário, tendo sido coroados no último minuto com a obtenção do golo, num contra-ataque mortífero finalizado por Aníbal Capela. A sorte de uns foi o azar de outros e o Beira-Mar foi o espelho do desacerto e infortúnio a todos os níveis, pois não bastando a lesão madrugadora de Tonel, os aveirenses ainda viram Rúben Ribeiro desperdiçar uma oportunidade soberana de inaugurar o marcador através da conversão falhada de um castigo máximo à passagem da meia hora.
Estocada final
Após uma primeira parte desinspirada e infrutífera, os comandados de Ulisses Morais reataram a partida tentando mudar a imagem que haviam deixado no primeiro tempo, mas não foi preciso muito para se perceber que os aveirenses estavam contagiados pelo espírito carnavalesco e que daquela partida pouco ou nada poderia sair de positivo, pois o desacerto e ausência de ideias eram bem notórios em campo.
Quem não se fez rogado com esta apatia aveirense foi o Moreirense que, através do suspeito do costume, Ghilas, aproveitou até ao final da partida, para dilatar os números da partida para 3-0 e assim fazer soar os alarmes em Aveiro.
Com esta derrota, que tem tanto de surpreendente como de contundente, diante de um concorrente direto pela manutenção, aliada à exibição amorfa da equipa auri-negra, os responsáveis, equipa técnica e jogadores, devem fazer uma análise séria e minuciosa, a fim de mudarem rapidamente esta forma de encarar as partidas.
No futuro próximo o Beira-Mar vai ter pela frente um calendário muito exigente que, se não for levado a sério e com os pés bem assentes no chão, terá como destino a despromoção, facto esse que seria de todo injusto e muito penalizador tendo em conta a qualidade da equipa e do seu treinador. Pelo que já mostraram nesta edição da Liga Zon Sagres merecem muito mais que aquilo que evidenciaram nesta última partida.
João Paião
