A Equipa Diocesana da Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos reunida no dia 6 de setembro em Braga, tomou conhecimento da extinção de mais uma empresa têxtil do Vale do Ave, com sede em Riba de Ave, declarada «liquidada» pela assembleia de credores, reunida no tribunal de Vila Nova de Famalicão, no passado dia 26 de agosto. Perante o sucedido a Equipa Diocesana da LOC/MTC, torna pública a seguinte posição:
 
1.Trata-se da Filobranca, uma empresa têxtil conceituada no mercado comercial, que coloca no desemprego todos os seus 157 trabalhadores. Estes, que estavam de férias e deveriam retomar o trabalho no passado dia 1 de setembro, naquele dia, em vez de emprego, encontraram nas instalações da empresa extinta, os técnicos do Instituto de Emprego e Formação Profissional, para procederem, às formalidades administrativas que os habilitem a receber o magro subsídio de desemprego;
 

2. Trata-se de uma empresa que se internacionalizou. Para além da fábrica de Riba de Ave, possui uma outra na Roménia que emprega 160 trabalhadores, cuja segurança no emprego, poderá, por arrastamento desta falência, ser posta em causa;

 
3. Não possuímos dados suficientes que nos habilitem a avaliar aqui os motivos que levaram esta empresa a acumular avultadas dívidas à banca, fornecedores e acionistas, que foram a causa principal do seu encerramento, mas constamos que não foram tidos em conta, mais uma vez, a dignidade dos trabalhadores e suas famílias;

 
4. A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos da Arquidiocese de Braga, manifesta a sua solidariedade para com todos os trabalhadores e suas famílias, que perderam o seu posto de trabalho e reafirma o direito inabalável de todos os trabalhadores a usufruir de um trabalho digno e solidário para todos, «como fundamento da dignidade humana».


 

5. Nos rostos e nas vidas destas pessoas, marcadas pela injustiça e pela indignidade está o rosto de Jesus, cruxificado e ressuscitado, que nunca nos abandona, ajuda-nos a libertar do medo e encontrar novos caminhos de esperança.
 
6. A LOC/MTC defende que «o trabalho é a chave de toda a questão social» (Cf. LE3) e como tal é tempo da economia valorizar o trabalho e todos quantos dele necessitam para sobreviver. Por isso não podemos aceitar como fatalismo ou inevitabilidade situações de factos consumados, perante a passividade das autoridades, mais atentas ao grande capital em detrimento dos produtores diretos de riqueza – os trabalhadores.
 
Braga, 06 de setembro de 2014
A Equipa Diocesana
Albertina Gomes
Coordenadora Diocesana