Registamos a presença de delegações dos nossos movimentos congéneres; HOAC de Espanha e KAB da Alemanha; do MTCE – Movimentos Trabalhadores Cristãos da Europa; da JOC, do MAAC, da Pastoral Operária, da Base-Fut, da Confederação Portuguesa de Voluntariado e da CGTP-IN.

Na sessão de abertura, Olinda Marques, coordenadora da LOC/MTC de Coimbra manifestou a alegria da diocese por acolher esta importante atividade. Américo Monteiro, coordenador nacional, lembrou a pandemia e agora a guerra na Ucrânia, que assolou e assola o país e o mundo, apelando a que com estas novas realidades cada militante não se deixe ficar apenas pelas lamentações, mas aproveitem para descobrir, aprender e assumir novos compromissos de ação que respondam a estes novos tempos. O padre Joaquim Martins, assistente nacional, disse que para os grandes desafios que encontramos nesta caminhada de vida, não podemos ignorar que o Amor de Deus está sempre connosco e dá-nos a força de espírito para continuar o testemunho e o compromisso desta missão. Gil Ferreira, vereador da cultura e da educação da Câmara da Mealhada felicitou a LOC/MTC pela sua longa história e presença no mundo do trabalho, na causa da defesa da nossa Casa Comum e expressou, sentirem-se honrados com a realização deste Congresso nacional neste lindo e acolhedor lugar.

As apresentações criativas e dinâmicas das dioceses e dos participantes foram ocasião de verificar que as realidades de vida dos trabalhadores e das suas famílias, os locais onde se vive e trabalha, estão bem presentes no olhar e no conhecimento dos militantes da LOC/MTC. Revelaram ainda a alegria e o carinho por integrarem esta família de trabalhadores cristãos.

Do programa deste Congresso constavam o Relatório de Atividades e de Contas do triénio, que foram apresentados, debatidos e aprovados.

O documento das Linhas de Orientação, sobre o tema “Dignificar o Trabalho, cuidar da Casa Comum, que já tinha sido elaborado com os contributos de todas as equipas de base, foi apresentado, discutido e aprovado por unanimidade. De salientar os bons contributos de reflexão, de desafios e de testemunhos, motivadores para o compromisso nas comunidades e nos locais de trabalho, que, espera-se, possam impulsionar o dinamismo de vida e ação da LOC/MTC e dos seus militantes para estes próximos três anos.

O tempo de reflexão e de debate proporcionado pelas intervenções de Francisco Ferreira, da ZERO, de José João Rodrigues da ANIMAR e de José Duarte da LOC/MTC, mostraram quão premente e necessário que são os compromissos com as alterações climáticas, que devem ser bem significativos. Francisco Ferreira referiu que todas as oportunidades devem ser aproveitadas para falar e agir a favor da sustentabilidade do planeta e que é fundamental que a defesa do trabalho digno se materialize também na sustentabilidade ambiental. E tornou presente que o desenvolvimento sustentável se atingirá com as Pessoas, erradicando a pobreza e a fome, garantindo a dignidade e igualdade; com o Planeta, protegendo os recursos naturais para as futuras gerações; com a Prosperidade, garantindo vidas prosperas e plenas em harmonia com a natureza; com as Parcerias, na implementação de agendas globais sólidas; com a Paz, na promoção de sociedades pacíficas, justas e inclusivas.

Dos três oradores ficou bem saliente o desafio do compromisso das pessoas com esta causa de cuidar da Casa Comum. Precisamos de cidadãs e cidadãos mais atentos, conhecedores, conscientes e interventivos na vida política, social e ambiental para que seja possível inverter as previsíveis crises e devastações ambientais. Como conclusão ficou a mensagem bem real de que somos nós que precisamos do planeta para viver e não o planeta a precisar de nós.

De acordo com o previsto constituiu-se a mesa da Assembleia Eleitoral, dando inicio aos trabalhos com a apresentação do Regulamento Eleitoral que foi aprovado. Passou-se então para a apresentação dos dois candidatos, com a leitura dos respetivos currículos, seguindo-se o processo de votação. Foram eleitos para a coordenação nacional do próximo triénio: Américo Monteiro Oliveira como coordenador nacional e Fátima Pinto como vice-coordenadora. Os novos coordenadores eleitos agradeceram a confiança manifestada, expressando o seu compromisso com o movimento.

Foram apresentadas aos congressistas duas moções, com o título “A Fraternidade é o nome da Paz” e “A regulamentação da prostituição, Não”.  As duas moções foram aprovadas.

Das palavras do Bispo de Coimbra, Dom Vergílio Antunes, na Celebração da Eucaristia, na Igreja Paroquial do Luso, salientamos as felicitações e incentivos ao nosso empenho e à nossa presença atuante no mundo do trabalho, como cristãos. “A vossa experiência, vivida e refletida e os Ensinamentos da DSI e do Evangelho serão com certeza reforço para a vossa missão. Perante as dificuldades próprias deste caminho “vejo no vosso documento das linhas de orientação esta causa da Casa Comum”…”a Carta Encíclica Laudato Si interpela e compromete a todos”.

O Congresso Nacional decorreu em ambiente de festa pelo encontro fraterno possível, mesmo ainda em pandemia, de partilha de ideias e de sabores, de debates e de compromissos. As manifestações de carinho e solidariedade dos convidados presente e as palavras finais dos novos coordenadores, exprimiram a energia e incentivo para a vida que continua, depois destes dois dias bem intensos.

As palavras desinstalar, inovar, ir ao encontro dos outros, mais audácia para o agir dos militantes, ficarão no pensamento e no coração das e dos participantes.

Porque queremos ser atores numa igreja viva e atuante, atores da fraternidade e construtores da Paz, continuaremos a encarnar as Bem-aventuranças e comprometidos com o caminho Sinodal, na busca de uma Igreja mais simples, mais próxima dos que sofrem e atenta aos Sinais dos Tempos.

Luso, 10 e 11 de junho de 2022