Antónia Rodrigues uma “aveirense ilustre”

Antónia Rodrigues foi homenageada, na passada segunda-feira, no âmbito do ciclo de conferências “Aveirenses ilustres”, promovidas pela Câmara Municipal de Aveiro e que decorrem no Museu da Cidade.

Sobre esta heroína ainda há muitas incógnitas, nomeadamente sobre as datas do seu nascimento (que se supõe ter sido 31 de Março de 1580, em Aveiro) e do seu falecimento (pode ter sido no ano de 1620, em Madrid). Sabe-se que era filha de Simão Rodrigues Mareares e de Leonor Dias, casal que habitava no bairro piscatório da antiga freguesia aveirense de Nossa Senhora da Apresentação. O pai era pescador e a mãe era doméstica.

Quando Antónia Rodrigues tinha cerca de 12 anos de idade, os pais enviaram-na para Lisboa, para ir viver com uma irmã. Três anos mais tarde, e disfarçada de homem, conseguiu embarcar na caravela “Nossa Senhora do Socorro”, com destino a Mazagão, uma feitoria fortificada que Portugal ocupava no Norte de África desde 1502. Aí, e sempre como “homem”, os seus feitos militares motivaram que fosse subindo na hierarquia militar até obter o estatuto de oficial de cavalaria. No entanto, a paixão que despertou em Beatriz de Menezes, filha de Diogo Mendonça, um fidalgo português que vivia em Mazagão, revelou a verdadeira identidade de Antónia Rodrigues, e a sua passagem para a vida civil, já na qualidade de mulher.

Quando tinha cerca de 35 anos de idade, Antónia Rodrigues, na companhia do marido e do filho, regressou a Portugal, tendo enviuvado pouco tempo depois. Em 1619, o rei D. Filipe nomeou o filho de Antónia Rodrigues moço da Real Câmara. Por essa altura, a heroína de Mazagão deveria viver em Madrid, onde estava instalada a corte, supondo-se que tenha falecido na capital espanhola.

A próxima conferência, sobre José Ferreira Pinto Basto e Gustavo Ferreira Pinto Basto realiza-se no dia 21 de Janeiro, às 18h30, no Museu da Cidade.