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A fotografia não é atual, mas não está desatualizada! A ponte de Mostar (Bósnia-Herzegovina) que, desde o século XVI, unia as comunidades cristãs e muçulmanas da cidade, durante a guerra civil da antiga Jugoslávia, em 1993, foi alvo de bombardeamento e ficou destruída.

Era o símbolo do diálogo e do respeito de culturas e religiões diferentes, que viviam em paz, no conhecimento e no acolhimento mútuo. Felizmente, passados poucos anos, em 2004, foi reconstruída e aberta ao público. Porém, não sabemos se a ferida que a destruição provocou no ânimo das pessoas das duas comunidades terá ficado totalmente sarada; porque, se para destruir basta um instante, para reconstruir é preciso muito mais tempo e, no caso de relações humanas, é preciso um tempo ainda maior.

Nestes dias, assistimos a um autêntico “folhetim” que passa pelo nome de “Brexit”. É a imagem de uma Europa confusa, atordoada, irritada e em risco de um ataque de nervos. Nesta situação, as posições extremistas ganham vantagem e podem conduzir a soluções violentas e dramáticas.

A História – diziam os latinos – é “Mestra da vida”. Todavia, parece que os homens não acatam as lições da história; porquê? Das duas, uma: ou têm memória curta ou não sabem tirar dela a lição certa. Não acreditamos na primeira hipótese, pois se a memória falhar, há muitos meios que ajudam a recordar; por isso, achamos que o problema está na diversidade de interpretação da história que assenta, fundamentalmente, nos critérios dos mestres de manipulação de massas.

Estamos a celebrar o acontecimento “Páscoa”, isto é, a mudança radical da história que, em vez de acabar na morte, acaba na plenitude da Vida. Como é isto possível? Graças à força do amor do Filho do Homem – Deus, Jesus Cristo, que “de dois povos fez um só e destruiu o muro de separação, a inimizade, na sua carne; anulou a lei, que contém os mandamentos em forma de prescrições, para, a partir do judeu e do pagão, criar em si próprio um só homem novo, fazendo a paz, e para os reconciliar com Deus, num só Corpo, por meio da cruz, matando assim a inimizade” (Ef 2, 14-16).

A Europa precisa urgentemente de reencontrar a sua alma, isto é, a fonte dos valores do acolhimento e da integração, que só podem ser alcançados pelo diálogo, pelo conhecimento mútuo e pelo apreço das diversidades, que não devem ser motivo de conflito, mas de enriquecimento mútuo. Precisamos de construtores de pontes e não de muros ou de barreiras com arame farpado!

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