As palavras apareceram em diário destes dias: “Não quer corte da despesa, não quer estes impostos, não quer a Troika. A exigência de demissão do Governo acaba por ser, verdadeiramente, a menos importante”. Sem deixar de partilhar o sentir da maioria dos portugueses, o autor deixa entender que se perverte o sentido das manifestações de descontentamento, desviando a encenação para “anseios” imediatos de poder, em vez de situar a expressão pública da indignação no cerne dos problemas.
É claro que estamos em democracia. Mas os modos de a exercermos não podem deixar de ser democráticos. E há pequenas coisas que denunciam um estrabismo crasso em relação a essa vida em sociedade harmoniosa.
Pasmei, ao verificar que um português de palmo e meio se apresentava a manifestar-se acusando o Governo de ladrão, porque lhe roubara a “semanada”, que os pais agora lhe não podiam dar. E se os pais, em vez de o porem a reclamar, o educassem a participar na gestão sóbria e solidária do orçamento familiar?… Sabemos do empobrecimento doloroso de milhares e milhares de pessoas. Mas também vemos a resistência feroz a assumir um estilo de vida à medida das nossas possibilidades!
O articulista prosseguia: “Se a manifestação de sábado produzisse – se produzir – efeitos, o Governo caía e a Troika ia embora no dia seguinte. Quem pagaria o nosso défice? Ninguém. Teríamos de o reduzir de um ano para o outro, e portanto, não chegariam os quatro mil milhões anunciados de corte de despesa para 2013 e 2014”. Será preciso interiorizar mais os problemas, equacionar melhor as realidades…, antes de barafustar de qualquer forma. E também seria bom apontar claramente os responsáveis políticos desta situação, escondidos de variadas formas!
Os cristãos, nestas situações concretas da história, precisam de mergulhar bem fundo na razão da sua existência sobre a terra, vasculhar o mais profundo do seu dever de cidadania. Da net, recolhemos palavras interessantes: “Ao recordarmos o Êxodo e o chamamento de Moisés, a Bíblia transmite-nos um segredo: o nosso Deus é um Deus a favor da humanidade, um Deus que ouve o clamor dos homens, vê a aflição do seu povo e se compadece. (…)
Sabemos que somos frágeis, mas estamos contagiados por uma promessa, uma esperança e uma certeza, somos sonhadores com os pés no chão, conscientes que neste caminho dinâmico e envolvente, contamos com uma energia que nos vem de outra parte que não apenas de nós, que vem da força de uma Voz que nos impele e fortalece, que nos escolhe e nos conduz…
A voz que nos chama, nos faz sentir amados e escolhidos para a missão é Jesus, Ele que não indica simplesmente o caminho mas que é o próprio Caminho, a Verdade e a Vida”.
Não somos a maioria da Humanidade. Mas temos um peso significativo no conjunto da população mundial. Seremos capazes de dar corpo a esta fé, tornando-a motor do nosso dia a dia? Essa é a revolução por que espera o Mundo e o nosso País!
