A Igreja não é uma pessoa, mesmo que seja o Papa. Mas são as pessoas que procuram crescer no discipulado de Jesus Cristo, que integram a família dos batizados, incluindo, portanto, também o Papa. E, na diversidade dos carismas e ministérios, procuram, cada um a seu modo, fazer crescer e consolidar essa Família.
Nesse sentido, o ministério petrino tem uma função peculiar: confirmar a Igreja na fé, tornar-se a referência de excelência da comunhão eclesial. Daí que as suas palavras tenham um horizonte de influência específico, um peso de motivação e estímulo original. Sem “papolatria”, é normal que olhemos para os gestos, que escutemos com redobrada atenção as palavras do sucessor de Pedro.
Na homilia de Domingos de Ramos, o Papa Francisco deu-nos o tom para a sinfonia da Páscoa, em três palavras simples e contundentes: alegria, humildade, juventude!
“Soube compreender as misérias humanas, mostrou o rosto misericordioso de Deus e inclinou-Se para curar o corpo e a alma”, diz o Santo Padre. Esse é o amor de Jesus, que nos enche a todos, que inunda de luz a humanidade, que se torna a fonte da plena e inesgotável alegria! Por isso, cantamos: Aleluia!
“Monta um jumentinho, não tem uma corte como séquito, nem está rodeado de um exército como símbolo de força.” – prossegue o sucessor de Pedro. Para nos recordar que o nosso Rei é o humilde servidor de todos, com tudo o que tem e é! O seu trono é a Cruz! E nós somos povo deste Reino e súbditos deste Rei1 Não podemos viver senão uma vida de simplicidade, de despojamento, de humilde serviço aos de coração simples, aos que choram, aos de vida transparente, aos sedentos de justiça, aos construtores de paz!…
“… A mortalha não tem bolsos”, recordava o Pontífice, lembrando palavras da sua avó. Esse testemunho indispensável de quem tem consciência dos valores materiais como suporte a uma vida digna, para todos, longe de qualquer apego ou ganância, que impeça o coração de estar disponível para a dádiva sem medida, nem condições.
“Vós trazeis-nos a alegria da fé e dizeis-nos que devemos viver a fé com um coração jovem, sempre: um coração jovem, mesmo aos setenta, oitenta anos!”, concluía o Bispo de Roma, numa clara referência ao Dia Mundial da Juventude, à missão da juventude na Igreja, à urgência da Igreja rejuvenescida. Na verdade, “com Cristo, o coração nunca envelhece”! Em Cristo, percebemos que a Cruz é o nosso título de glória; ganhamos a ousadia de a abraçar; aprendemos que no dom de nós mesmos encontramos a verdadeira alegria!
Páscoa verdadeira: humildade, juventude, alegria! Cristo obediente até à morte, vivo para sempre e fonte perene de Vida!
