A Imagem Peregrina visitou o país de 22 de Maio a 25 de Junho 2017. Foram visitadas 40 paróquias, centros de Oração (Abadia beneditina de Clervaux e outras comunidades religiosas), lugares de Misericórdia (Prisão de Schrassig, Lares de Idosos…) e igrejas onde se reúnem as comunidades migrantes: portugueses, caboverdianos, italianos, polacos, franceses, latinoamericanos, ingleses e vietnamitas.
Em todas as paróquias o acolhimento foi surpreendente e inesperado, sobretudo por parte dos migrantes, para as expectativas dos párocos luxemburgueses pouco habituados a este tipo de manifestações religiosas. As cerimónias de “Acolhimento”, como do “Adeus” foram muito participadas e sobejamente marcadas pelo sentimento e religiosidade portuguesas. Apesar de, não terem atingido os níveis altos da primeira visita da Imagem ao Luxemburgo em 1947. Uma senhora luxemburguesa revelou que, nessa altura, há 70 anos, até as lojas fecharam para que todos pudessem acolher a Imagem da Paz naqueles tempos sofridos do pós II Guerra Mundial.
No geral, em todas as paróquias, o tempo de permanência da Imagem Peregrina foi ocupado com momentos de oração comunitária, oração silenciosa, recitação do rosário, procissões de rua, sessões de formação bíblica para jovens e adultos, catequeses para crianças sobre a Mensagem de Fátima e Filme sobre vida dos santos pastorinhos: Francisco e Jacinta, celebrações com doentes e idosos, noite de oração, vêsperas, Eucaristias e Adoração, Consagração e Concertos Musicais, Teatro e actividades lúdicas para crianças. Foi uma maratona de oração, como disse um pároco feliz pela nova experiência pastoral na sua paróquia.
Foram muitos os cristãos que vieram da França, da vizinha Bélgica e Alemanha. Sobretudo, quando a Imagem viistou as paróquias fronteiriças do Grão-Ducado. Uniu margens, em Schengen, quando viajou de barco no rio Moselle.
O programa pôs em relação Fé e Cultura alternando tempos de liturgia e oração, com tempos de arte e canto. Durante a visita a catedral Notre-dame do Luxemburgo acolheu a exposição de uma coração vermelho gigante pendurado no tecto do templo, obra pl’astica da artista Joana de Vasconcelos. No encerramento a catedral repleta de gente pode assistir a um magnífico Concerto de Fado, cantado com beleza e interioridade pela fadista Kátia Guerreiro.
A Visita facilitou o encontro e a colaboração entre as várias comunidades aumentando o sentido de pertença à paróquia e amor à oração.
A celebração do “Adeus” repleta de sentimento, emoção, lágrimas, corações cantantes, lenços brancos permaneceu para os luxemburgueses um sinal religioso a interpretar e um rito cultural a descodificar paulatinamente no diálogo intercultural. Revela, de forma simples, intensa e teologal, um elemento constitutivo da identidade cultural e da religiosidade popular da comunidade portuguesa/lusófona, a maior comunidade estrangeira e católica do Grão-Ducado.
Rui Pedro