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“Correndo embora riscos de sermos mal interpretados quando nos solidarizamos com os pobres e oprimidos, não nos demitiremos da nossa missão de proclamar sem rodeios os valores evangélicos da justiça e da fraternidade”
(D. Manuel, Setúbal 1982)

Profundamente gratos pelo serviço dentro da Comissão Episcopal de Migrações e Turismo, vogal (1981-1993), presidente (1993-1999) e permaneceu como vogal de (1999-2005). Recupero uma das últimas intervenções do D. Manuel Martins no Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas, realizadas em 2005 na Diocese e cidade do Porto.
«O mundo é cada vez mais, a pátria do homem.» (…)
“Ora, parece-me que morria se não dissesse isto! (…). Parece-me que podemos adivinhar este desejo que temos de sermos gente, de sermos tratados como gente, de sermos cidadãos, de conquistarmos cidadania, de sermos respeitados na nossa dignidade, nos nossos direitos, na nossa grandeza, entre outros. Tenho aqui um papelinho, que fui encontrar, não sei como, com uma transcrição sem licença do autor, com uma mensagem que eu tinha para um Natal e dela fazia parte este pequenino texto:
“Ser gente
Queremos ser gente
Viver como gente
Ser tratados como gente
Ser gente é ser ouvido
Ser gente é ser respeitado
Ser gente é poder partilhar
Ser gente é ter razões para viver, para cantar e para sorrir.
Ser gente é ter pão, ter casa, ter escola, ter qualidade de vida.
Ser gente é ser feliz”
Livro de Actas do I Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas, pp153-154

Dom Manuel, primeiro bispo de Setúbal, visitou diversas vezes a nossa comunidade Offenbach. 3 Gerações de jovens receberam das suas mãos o sacramento do Crisma. Recebia e era um leitor atento da nossa revista mensal “Comunidade Cristã”.

Joaquim Nunes, Comunidade Católica Portuguesa de Offenbach

 

 

Amou a Diocese de Setúbal e os seus não o esquecem…
Pelas mãos do D. Manuel Martins recebi o sacramento da Confirmação, desconfio que não seja evidente, a importância e a íntima ligação com o compromisso de vida em Igreja… mas a verdade é que este acontecimento marcou-me!…
Não me recordo do teor da homília, mas desde esse dia não me esqueci do seu apelo: não se afastem da Igreja, a Igreja precisa de vós.
Quando releio a minha história constato que a parti dali, naquela pequena paróquia de Amora, da Vigararia do Seixal, da diocese de Setúbal iniciei esta aventura de viver o dom da fé em comunidade, de uma forma consciente e empenhada.
Reencontrei, o senhor D. Manuel outras vezes enquanto catequista e professora de EMRC. Um encontro com bispo da nossa diocese é sempre uma (re) confirmação da missão.
Reencontrei-o, com alegria, uns anos depois como vogal da Comissão Episcopal de Migrações e Turismo, e tenho presente o último serviço, que prestou às nossas comunidades portuguesas que se reúnem em Colónia- Alemanha, em Maio deste ano.
Ao tomar conhecimento da notícia do seu falecimento, no passado dia 24 de setembro, para além do sereno espanto, evoquei imediatamente a memória do meu crisma, emergiu e permanece em mim um sentimento de gratidão pelo seu zelo pastoral.
Eugénia Costa Quaresma

“Nasci Bispo em Setúbal, agora sou de Setúbal. Aqui anunciarei o Evangelho da libertação, na justiça e no amor. Aqui proclamarei o Cristo vivo – que veio e está no meio de nós- o único que pode alicerçar na fraternidade a sociedade justa que é a aspiração angustiante de todos nós” Primeiras palavras de D. Manuel Martins na Sé de Setúbal  – Eucaristia de Ordenação Episcopal e tomada de posse – 26/10/1975

“Tudo na nossa vida é um dom de Deus. E este pensamento inimaginável de Deus para o episcopado foi um dom grandiosíssimo que nunca esperei. Uma graça tão grande, que o tempo que já vivi e o tempo que me resta, não chegarão para eu agradecer. É a última vez que, com certeza, estarei convosco. Quero pedir todas as graças para toda a Diocese, para o seu Bispo, para o seu Povo tão bom, para o seu clero tão grandioso, para o Seminário, para as Instituições Religiosas. Enfim. Para todos!” Últimas  palavras de D. Manuel Martins na Sé de Setúbal – Missa Crismal – 13/04/2017