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Co-envolver para promover – a voz da Inocência

Co-envolver para promover – a voz da Inocência

Diz-nos o Papa Francisco «ímpeto de servir os outros impede-nos de ver a sua riqueza íntima. Se queremos verdadeiramente promover as pessoas a quem oferecemos ajuda, devemos coenvolvê-las e torná-las protagonistas da sua promoção.»

Inocência Neves, antes de chegar a Portugal, em 1976, experimentou com a sua família, o drama de fugir da guerra, em terras de Timor e da Indonésia.

Hoje quer nos falar do que aprendeu, da importância da família e das comunidades paroquiais que foram e são espaço de hospitalidade, fraternidade e de solidariedade.

Portugal: Diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações diz que «ainda há um longo caminho a fazer» para diminuir cenários de racismo e xenofobia

«É preciso sentar os extremos e conversar» para haver a reconciliação – Eugénia Quaresma

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Lisboa, 09 ago 2020 (Ecclesia) – Os recentes casos de racismo e xenofobia em Portugal levam a diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações, Eugénia Quaresma, a afirmar à Agência ECCLESIA que “é preciso sentar os extremos” para haver diálogo e surgir a reconciliação.

“Conseguir sentar os extremos e conversar, às vezes estão a dizer coisas verdadeiras em ambos os lados mas não se estão a ouvir, é preciso construir uma terceira via de encontro”, defende a responsável.

Eugénia Quaresma aponta que “há erros do passado que precisam de ser corrigidos” como a realidade urbana, os “realojamentos de pessoas que vivem nas periferias e sofrem todas as consequências de ali viver”.

“É preciso trabalhar na inclusão, trabalhar com os descendentes que estão afastados do percurso escolar e isso não está só nas mãos das escolas, há trabalho a fazer com a família e escola para que eles sintam que têm lugar”, justifica.

Uma das faixas etárias que preocupa a responsável são os jovens que não se sentem pertença ou integrados e “esse trabalho pode ser feito na Igreja e fora da Igreja, em conjunto”.

Os grupos de jovens são um exemplo de proposta de grupo de pares, é preciso aprender com o passado, para construir o futuro em conjunto; veja-se o exemplo que o confinamento nos trouxe, por exemplo, ao nível da música, é necessária esta riqueza da diversidade para descobrir o que nos une”.

Eugénia Quaresma citou um projeto de refugiados em Lisboa, um restaurante de comida síria, “que está sempre cheio” e que “são uma mais valia para a sociedade porque houve um processo de integração para depois promover as pessoas”.

“O ano de 2019 foi o ano nacional da colaboração e, de norte a sul do país houve iniciativas que mostraram que é possível colaborar e é urgente passar esta mensagem, o trabalho em conjunto, dentro e fora da Igrejas e entre instituições”, remata.

A Igreja Católica em Portugal vai promover de 9 a 16 de agosto a Semana Nacional de Migrações, inspirada pela mensagem do Papa Francisco, ‘Forçados, como Jesus Cristo a Fugir’, procurando apresentar “testemunhos de vida” sobre a realidade das deslocações forçadas, por causa da pobreza ou da guerra.

Durante esta semana decorre ainda a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado a Fátima, nos dias 12 e 13 de agosto.

A iniciativa vai estar no centro do programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública, este domingo, a partir das 06h00.

SN/OC

 

Migrações: Semana Nacional lança desafio para «contar testemunhos de vida»

Iniciativa promovida pela Igreja Católica em Portugal decorre de 9 a 16 de agosto

Lisboa, 03 ago 2020 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Portugal vai promover de 9 a 16 de agosto a Semana Nacional de Migrações, inspirada pela mensagem do Papa Francisco, ‘Forçados, como Jesus Cristo a Fugir’, procurando apresentar “testemunhos de vida” sobre a realidade das deslocações forçadas, por causa da pobreza ou da guerra.

“Vamos dinamizar de maneira diferente, e envolver as pessoas o mais possível nesta semana, as pessoas que trabalham com migrantes e refugiados mas não só; vivemos um tempo em que percebemos que estamos no mesmo barco e na mesma casa comum, mas com muitas desigualdades e percebemos que conseguimos fazer muito quando trabalhamos em conjunto”, refere à Agência ECCLESIA Eugénia Costa Quaresma, diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM).

Perante as limitações impostas pela pandemia, a OCPM decidiu lançar um desafio aos “colaboradores e agentes pastorais ao serviço da Igreja” mas também a organismos da sociedade civil.

“Queremos conhecer o percurso migratório, tomar a iniciativa de contar a sua história de vida e fazer-nos chegar todas as iniciativas, seja em formato vídeo, seja por escrito, seja gravando um áudio ou até quem tem jeito para o desenho que faça uma banda desenhada”, explica Eugénia Quaresma.

Através do endereço ocpm@ecclesia.pt os contributos recolhidos vão dinamizar a semana nacional de Migrações e projetar o Dia Mundial do Migrante e Refugiado 2020 (27 de setembro).

A diretora da OCPM aponta ainda que, neste semana que o enfoque recai sobre as migrações forçadas, as suas causas, os deslocados internos e a cooperação internacional, a “sociedade precisa dos migrantes e refugiados”.

“É preciso perceber que a nossa sociedade precisa de migrantes e de refugiados, contar com o talento de todos e aprender a conviver e não embarcar nos estereótipos e no que vemos discorrer nas redes sociais, que é tão triste e revela ignorância, vamos por isso conhecer para compreender”, destaca.

O bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, D. José Traquina, vai presidir à peregrinação de agosto, dias 12 e 13 de agosto, que “é marcada sempre pelo calor da diáspora”, no Santuário de Fátima.

O 106.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado tem como tema ‘Forçados, como Jesus Cristo, a fugir. Acolher, proteger, promover e integrar os deslocados internos’.

Francisco destaca na sua mensagem para a celebração que aqueles que fogem da sua terra, sem abandonar o próprio país, vivem, muitas vezes, um drama “invisível” que a crise mundial causada pela pandemia de Covid-19 “exacerbou”.

A OCPM, inspirada pela mensagem pontifícia para este ano, propõe uma dinamização em torno da conjugação de verbos, que se constituem em seis subtemas: “Conhecer para compreender; aproximar-se para servir; ouvir para se reconciliar; compartilhar e assim crescer; envolver para promover;  colaborar para construir”.

A Secção ‘Migrantes e Refugiados’ do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé) é responsável pela preparação desta celebração, antecedida por uma campanha de comunicação, atualmente em curso.

SN/OC

Dia Mundial do Refugiado

Dia Mundial do Refugiado

Hoje, a PAR celebra o Dia Mundial do Refugiado, prestando uma homenagem a todos as pessoas forçadas a fugir do seu país. Estima-se que cerca de 1% da população mundial tenha sido forçada a abandonar a sua casa para sobreviver a conflitos armados, a perseguições e outros atos de violência que caracterizam o dia-a-dia de 79.5 milhões de pessoas. Homens, mulheres e crianças, iguais a nós, que fogem da iminência da morte, na esperança de encontrar a dignidade e a Paz que lhes foi retirada ao longo da vida e ao longo do seu percurso.

Urge encontrarem-se soluções duradouras. A União Europeia tem, neste momento, o desafio de criar vias legais e seguras de acesso ao seu território e, assim, evitar a morte de milhares de pessoas que se encontram em situação de desespero e que arriscam a sua vida em travessias inseguras, por mar e por terra, na esperança de encontrar uma oportunidade de reconstruir a sua vida. Temos o dever, enquanto europeus, de ajudar a Grécia, Itália e Malta e esforçarmo-nos por atingir um consenso em relação a uma política europeia de redistribuição solidária e que garanta os direitos fundamentais das pessoas acolhidas.

Devemos, para isso, ser capazes de construir comunidades que permitam dar uma oportunidade a quem procura encontrar uma vida melhor em Portugal. A criação da Plataforma de Apoio aos Refugiados, em 2015, é a prova do papel essencial da sociedade civil na criação de respostas de acolhimento e integração de refugiados que ainda hoje são necessárias assegurar.

Acreditamos, no entanto, que é sempre possível fazermos mais e melhor e que cada um tem um papel nesta missão de acolher e acompanhar os Refugiados durante o seu percurso de vida em Portugal.

A  PAR celebra este dia com outras organizações  com o movimento de sensibilização #oquenosune, que poderá ser acompanhado nas redes sociais de todas as organizações envolvidas: JRS, PAR, Humans Before Borders, Meeru, ComParte, Speak, Fó rum Refúgio e Comité Olímpico de Portugal

Conversas temperadas – É possível conversar sobre o racismo?

Conversas temperadas – É possível conversar sobre o racismo?

O debate tem levado ao extremar de posições. Porque é que é tão difícil falar sobre este tema? Sempre que este tema se discute no nosso país há quem se apresse a dizer “em Portugal não há racismo. Não haverá algum desfoque nesta visão da realidade?
Estas e outras questões numa conversa serena e profunda sobre um tema difícil.

Conversas temperadas – é possível conversar sobre racismo?