Campo Maior: Pastoral dos Ciganos em “choque” com condições precárias das famílias

Jornal I (8 Fev)
Campo Maior: Pastoral dos Ciganos em “choque” com condições precárias das famílias (artigo da Lusa de 5 de Fev)
Em declarações à agência Lusa, o Director Executivo da ONPC, Francisco Monteiro (FM) mostrou-se chocado com as condições precárias em que vivem 49 famílias de etnia cigana junto às muralhas do castelo de Campo Maior e lançou críticas ao município de Campo Maior pela forma como tem gerido, ao longo dos últimos anos, esta situação. FM referiu que “a câmara tem o mérito pequeno de deixar permanecer aquelas famílias naquele local ao longo dos últimos anos, mas Campo Maior não é uma terra assim tão pobre perante outros municípios que ao longo dos tempos avançaram com os respectivos planos de realojamento”.
As muralhas do castelo têm registado várias derrocadas nos últimos anos, a última das quais ocorreu na madrugada de dia 5 de Janeiro devido ao mau tempo. Seis das 49 famílias foram abordadas pela autarquia no sentido de serem realojadas em contentores, mas esse quadro foi rejeitado pelos moradores.
FM questiona que se “Campo Maior é também a capital do café e, perante esse quadro, porque é que não podem ajudar algumas dessas famílias ciganas a ter uma vida melhor”.
Reconhecendo que a Pastoral dos Ciganos tem acompanhado de “longe” esta situação, garantiu que tem “trabalhado” junto de várias entidades no sentido de “pugnar” por melhores condições de vida para a comunidade cigana residente em Portugal. Recordou o facto de em 2000 a ONPC ter elaborado o “projecto denominado ‘Dignidade’ e que aborda a questão da habitação dos ciganos em barracas, do qual surgiu a pressão sobre as câmaras municipais para andarem para a frente com os planos de realojamento.” Nesse mesmo programa, afirma o responsável, estava inserido o “caso” de Campo Maior.