Pobres que nos batem à porta

O Gaiato (17 Mar)
Pobres que nos batem à porta
O Padre Acílio Fernandes da Casa do Gaiato escreve um artigo onde refere que entre os pobres que diariamente batem à porta daquela instituição a pedir esmola estão “os ciganos, ou melhor, as ciganas e os filhos.”
Recorda que nem todos os ciganos são pobres ou nómadas, pois existem grupos desta etnia bem posicionados na vida e que se interessam pelos valores próprios da sua etnia. Mas destes são poucos os que se dedicam aos mais pobres. O autor acentua a tipicidade da cultura cigana que resulta num obstáculo à sua aculturação. E afirma: “ninguém pretenda à força, vencer estas barreiras”. “Os valores humanos da cultura cigana devem ser, não só respeitados, mas mais ainda, preservados. Os preconceitos que alimentam, relativos à outra gente não se ultrapassam nem à força, nem numa, duas ou três gerações.”
Apesar de se verificarem alguns sinais de preocupação pelos ciganos quer por parte da Igreja quer por parte das instituições civis, afirma que “é necessário usar todos os meios para atrair as crianças à escola. E que a Igreja não tenha medo de se queimar com estes pobres.” Recomenda ainda que todas as entidades dêem as mãos “por esta gente”.