(V Congresso Mundial da Pastoral dos Ciganos sobre “Igreja e Ciganos, por uma espiritualidade de Comunhão”)

“Os Ciganos e Eu” de Cristina Garcia
(V Congresso Mundial da Pastoral dos Ciganos sobre “Igreja e Ciganos, por uma espiritualidade de Comunhão”)
Como podem calcular, este acontecimento de ordem mundial, promovido pela Santa Sé, Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, e executado pela Conferência Episcopal da Hungria e pela Eparquia Greco-Católica da Hajdúdorog, com a presença de um Cardeal, de mais de uma dezena de Arcebispos e Bispos, de meia centena de Monsenhores, Cónegos e Padres, alguns ciganos, muitos Professores universitários, de todas as latitudes, leigos, leigas, ciganos e não ciganos, de 26 países do Mundo, realizado na Universidade Católica da Hungria, em Budapeste, foi um acontecimento notável, cultural, pastoral, social e religioso para a vida da Igreja e do Mundo dos nossos dias.
São tantos os temas, são tantas as perspectivas, são tantas as impressões, da maior importância e actualidade, que este Congresso deixou na alma de todos os participantes, que poderá parecer estranha a escolha do título: “Eu e os Ciganos” de Cristina Garcia.
É um livrinho de 94 páginas apenas. Pequenas crónicas, breves relatos da vida quotidiana, no contacto com os ciganos nómadas do Brasil, calculados em bastantes milhares, idos de Portugal, neste últimos quinhentos anos.
Cristina Garcia é a Secretária da Direcção Nacional da Pastoral dos Ciganos do Brasil. Não é pessoa de gabinete. É de contacto directo, não apenas numa cidade, num Estado, mas calcorreando as longas estradas daquele grande país, quase um continente, o Brasil.
Não apenas ela, mas também o marido, João Bosco e o filho, Eder. Os três formam um só e todos têm os mesmos sentimentos e o mesmo respeito pela dignidade dos ciganos, cidadãos do mundo e filhos de Deus. Não se trata de um amor platónico, intelectual apenas, mas de um amor real, com quem se partilha a casa, o dinheiro e o coração.
A Cristina chegou ao Congresso numa delegação brasileira de cinco participantes: o Pe. André Luís, Director Nacional, o Pe. Jorge, Frei Tadeu, Padre cigano, franciscano e o jovem estudante de filosofia, Frei Alessandro.
Brasil e Portugal formaram um grupo linguístico para reuniões de trabalho. A delegação portuguesa era constituída por oito elementos: três da Direcção Nacional, o Pe. Filipe, a Irmã Zulmira e o Dr. Monteiro. Os outros cinco representavam as suas dioceses: Pe. Albino Carreira, Leiria, D. Fernanda Pedro, Setúbal, Diác. Daniel Rodrigues, Aveiro, Pe. Henrique Januário, Porto e a Drª Carolina Eiras, Bragança.
A Cristina Garcia foi designada a Secretária do grupo de língua portuguesa, somente por estar sentada ao lado do coordenador, tendo desempenhado a sua missão com competência, simplicidade e originalidade.
Cristina Garcia é licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo, pós-graduada em Educação à Distância, pela UFES, tendo como trabalho conclusivo do Curso o projecto Escola Itinerante para os Ciganos do Brasil. Além doutras Escolas, leccionou na Faculdade de Filosofia de Porto Alegre. Desde 1997 é Secretária da Pastoral dos Nómadas do Brasil. É a Redactora-chefe do jornal “O Nómada”, de que ela própria é a coordenadora geral, com o intuito de divulgar o lado mais humano e pouco conhecido dos ciganos do Brasil.
Em próximos Editoriais abordaremos outros temas do Congresso.
Pe. Filipe de Figueiredo