O Secretariado Diocesano de Lisboa vem comunicar-vos duas alegrias:

SECRETARIADO DIOCESANO DE LISBOA: SILÁ CALÓ E ALFABETIZAÇÃO
O Secretariado Diocesano de Lisboa vem comunicar-vos duas alegrias, uma vez que falar-vos dos nossos muitos trabalhos ou dos problemas humanos com que nos deparamos no dia a dia, poderia comprometer a descontracção e leveza que pretendemos para este nosso momento de encontro.
A primeira alegria foi vivida com o resultado do projecto Silá Caló:
– Curso de Acompanhantes de Crianças, que decorreu no Centro Mestipen.
Este começou em Abril de 2005 com 12 alunos – 6 homens e seis mulheres – todos maiores de 18 anos vindos de Lisboa, Buraca e Loures – e veio a terminar no fim de Setembro de 2006 com 11 alunos, que obtiveram o diploma atestando a conclusão com êxito da sua formação profissional, a par do 9º ano de escolaridade. Para isto manteve-se ao longo do curso um ritmo de 30 horas semanais de aulas.
Como podem calcular, o percurso foi difícil e exigente, mas foi gratificante chegar ao fim com um conjunto de gente que se esforçou até alcançar a meta. Para trás ficou apenas um elemento, com muita pena de todos nós.
A segunda alegria estamos a vivê-la agora.
Na Ameixoeira, no nosso Centro Majari, está a decorrer um curso de alfabetização para 25 mulheres ciganas.
Na verdade, em diversas escolas têm funcionado cursos de alfabetização de adultos. Estes no entanto dificilmente são frequentados pelas mulheres ciganas, dado que decorrem à noite e obrigam a deslocação para longe do ambiente familiar.
Como havia muitas adultas interessadas em aprender a ler e a escrever, abrimos inscrições e num instante surgiu uma lista de 25. Solicitámos então ao Ministério da Educação o funcionamento de um curso no nosso Centro, das 15h15 às 17h15, responsabilizando-nos nós pelo apoio logístico e materiais. No que respeita às mulheres, para elas poderem estar atentas, propusemo-nos ocupar os pequeninos durante o período das aulas. É que parte delas, além de filhos que frequentam o nosso infantário, têm outros com menos de três anos. Disponibilizámos então uma pessoa para esse serviço, mas como não era suficiente, conseguimos a colaboração da Gebalis que nos dispensou uma jovem preparada para essa função.
Foi portanto com satisfação que vimos o nosso pedido deferido pelo Ministério, que entretanto nomeou um professor. Pena foi que o curso, que deveria durar seis meses, num regime de três vezes por semana, duras horas em cada dia, tenha começado com um mês de atraso, só em Fevereiro.
Mas está a ser uma experiência importante e o professor mostra-se agradavelmente surpreendido com o interesse das alunas. Estas, entretanto, manifestam o desejo de que se organize também ali um curso para os maridos.
Lisboa, 2007-03-29 Drª. Fernanda Reis