A maneira mais fácil de ir para o céu

Esta frase foi dita por um jovem mexicano. Disse-o no séc. XX, na revolução mexicana, momentos antes de ser fuzilado, por causa da fé católica. Foi em 1928. José Luíz Sánchez del Río. Disse-o à sua mãe, que se despedia dele chorando: “Não se preocupe minha mãe, Deus oferece-me a maneira mais fácil de ir para o Céu”. O martírio. Retratado no filme “Cristiada”.
E quantos, desde o início do cristianismo, a começar em Estêvão, deram e dão a vida por Cristo. Momentos fortes da perseguição romana deram-nos centenas de santos, como Sebastião, Inês e Luzia… As perseguições da nova evangelização deram-nos muitos, como os mártires de Marrocos, entre outros. Nos países árabes ou asiáticos, em 2000 anos de história, na Guerra Civil espanhola, na revolução mexicana, hoje, na Síria, Iraque, Egito… A maneira mais fácil. Na Revolução Francesa, imensos derramaram o seu sangue na guilhotina. Recordo as religiosas do convento carmelita de Compiegne, perto de Paris. Todas foram levadas para o cadafalso e iam cantando o “Te Deum”. O filme “Diálogo de Carmelitas”, famoso por ser obra literária e peça de teatro, retrata a vida desta vintena de mulheres jovens e corajosas…
No século XVI, morrer mártir era uma meta. Santa Teresa, ainda pequena, foge com seu irmão, desde Ávila, para morrer às mãos dos infiéis. Sonhos de criança, que terminaram onde hoje se levanta o cruzeiro, diante do qual temos a mais bela vista de Ávila. O seu tio encontrou-a em marcha… Irá ser mártir, sim, não da maneira mais fácil, mas palmilhando cada centímetro da Espanha do seu tempo, a ponto de ser chamada “andariega”.

 

Vitor Espadilha

Leia o artigo completo na edição em papel do dia 10 de dezembro de 2014