Casa Diocesana gerida pela comunidade Sementes do Verbo

Comunidade que já reside
na Casa Diocesana

A comunidade religiosa Sementes do Verbo reside desde a semana passada na Casa Diocesana de Nossa Senhora do Socorro, em Albergaria-a-Velha, com a responsabilidade de gerir e animar a casa de acordo com as funções para as quais foi construída há mais de 30 anos: acolher encontros para leigos e consagrados e ser espaço de cursos de formação e de retiros espirituais.
O protocolo que estipula os direitos e obrigações da comunidade, que para já é constituída por sete pessoas, foi assinado no dia 29 de junho, no final da celebração da Eucaristia, por D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro, e pelo fundador da comunidade, o diácono permanente Georges Bonneval.
Na homilia da celebração, D. António Moiteiro desejou que a nova comunidade sinta a sua presença na Diocese como “uma oportunidade para o Evangelho” e ajude a promover uma “cultura vocacional”, fazendo propostas que “levem à comunhão de vida com Jesus”. E convidou a comunidade a ir ao encontro dos leigos com “propostas que ajudem a refletir e assumir o Evangelho”.
No final do retiro do clero aveirense, que está a decorrer por estes dias na Casa Diocesana, a comunidade será apresentada aos padres e diáconos, estando presente o diácono fundador.
Desde a inauguração, em 1985, a Casa Diocesana foi gerida pelas Religiosas da Divina Providência e da Sagrada Família (DPSF). No último ano, depois da partida das irmãs, ficaram responsáveis pela Casa duas senhoras, sendo uma delas leiga consagrada da Diocese de Guarda, a pedido do Bispo de Aveiro, numa situação transitória.

J.P.F.

 

 

A missão alimenta-se da contemplação

 

Georges e Maria-Josette Bonneval com o Bispo de Aveiro

 

CORREIO DO VOUGA – O diácono é francês, mas a comunidade Sementes do Verbo nasceu no Brasil. Como é que aconteceu?
GEORGES BONNEVAL – Vivíamos em França, eu ainda não era diácono, só tinha recebido os ministérios, e pensávamos num modo de sermos mais missionários. Num encontro com o arcebispo de Palmas (Brasil), D. Alberto Taveira Corrêa, em 2003, ele disse-nos que gostaria de implantar a comunidade na sua diocese, mas a partir do Brasil, inculturados. Enviámos uma equipa para lá e, passados poucos meses, fui eu e a minha mulher. A primeira comunidade foi fundada em Palmas (estado do Tocantins), em 2004.

A comunidade apresenta-se como “contemplativa e missionária”. Pode parecer contraditório, porque associamos os contemplativos aos que estão fechados num convento…
Não tem contradição. As pessoas gostam de opor, mas as duas dimensões completam-se. Não podemos fazer nada sem a nossa comunhão com Deus. A missão alimenta-se da vida de oração e dos sacramentos. Isso é o nosso ponto de partida. Podemos dizer que temos quatro pilares: dimensão celebrativa e contemplativa, formativa, comunitária e missionária.

A comunidade proporciona um “ano sabático”. Em que consiste?
É um período de nove meses em que os jovens dos 18 aos 25 anos fazem um percurso de formação catequética e espiritual, dedicado a Deus, para discernirem a sua vocação. Na nossa casa de Vila Chã (concelho do Cartaxo) não temos condições para proporcionar o “ano sabático”. Penso que vamos oferecê-lo na Casa Diocesana.

Onde é que as comunidades das Sementes do Verbo então presentes?
No Brasil, temos nove comunidades. Também estamos presentes no Canadá e na Bélgica. Em Portugal, a comunidade da Casa Diocesana é a segunda, depois da de Vila Chã de Ourique.