CEMA desafia Aveiro para novo programa do “Creoula”

Ribau Esteves e Silva Ribeiro (CEMA)

O Chefe do Estado Maior da Armada (CEMA), almirante Silva Ribeiro, desafiou a Câmara Municipal de Aveiro, na pessoa do seu presidente, Ribau Esteves, a ser um dos pilares do programa “Viver o Mar” que a Marinha Portuguesa irá lançar em setembro ou outubro próximo, tendo por base o navio “Creoula”, e que visa “abrir a Marinha aos jovens” durante o ano letivo 2017 / 2018.
O desafio foi lançado a bordo do “Creoula”, no passado sábado, na cerimónia de lançamento do livro “Aveiro e a expansão marítima portuguesa 1400–1800”, realizada a bordo daquele histórico navio, o qual esteve aberto ao público durante o fim-de-semana, no Terminal Sul do Porto de Aveiro, evento integrado no programa comemorativo do Feriado Municipal de Aveiro.
O almirante Silva Ribeiro justificou a sua presença no evento por dois motivos, primeiro, por ser o lançamento de um livro sobre cultura marítima feito a bordo do “Creoula”, um evento que considerou importante para “aprofundar o conhecimento marítimo dos portugueses”. E em segundo lugar, “por uma razão sentimental”, porque “as memórias da minha família estão aqui, em Eixo e em Maceda”. Para além disso, realçou ainda o facto do navio “Creoula” estar a comemorar o seu 80.º aniversário.
Silva Ribeiro revelou que a fragata “D. Fernando II e Glória”, que foi reconstruída num estaleiro aveirense quando da Expo 98, irá ser recuperada, tendo criado, em dezembro último, logo após ter sido empossado no cargo de CEMA, uma comissão para estudar a recuperação dessa embarcação, que se encontra atracada na margem sul do Tejo, no concelho de Almada. “Já temos patrocinadores” para essa obra, e a Câmara Municipal de Almada deverá comparticipar com cerca de 300.000 euros esse restauro, de modo que “dentro de dois anos ficará como um monumento digno da nossa história”.
O presidente da Câmara Municipal de Aveiro realçou que o Terminal Sul do Porto de Aveiro encontra-se em território do concelho de Aveiro, facto desconhecido por muita gente. A escolha desse local para atracar o “Creoula” e fazer a apresentação do livro serviu também para afirmar a tutela de Aveiro sobre essa área da ria.
Na apresentação do livro, que reúne as atas das oitavas Jornadas de História Local e Património Documental de Aveiro, o historiador Feliz Gouveia afirmou que “é importantíssimo que Aveiro tenha um museu da ria” que preserve e divulgue o vasto espólio arqueológico encontrado na ria, muito do qual está integra a exposição “De Aveiro para o Mundo. Contributos para a expansão portuguesa (1400–1800), que está patente no Museu de Aveiro.
Cardoso Ferreira