Fonte da Samaritana. Painel da Fábrica dos Santos Mártires em Pardilhó

Painel da Fábrica dos Santos Mártires com traços já desgastados pelo tempo

Painel da Fábrica dos Santos Mártires com traços já desgastados pelo tempo

Na Fonte da Samaritana, em Pardilhó, encontra-se um painel de azulejos pintado por Carlos Mendes, no ano de 1910, na antiga Fábrica “Santos Mártires”, em Aveiro, o qual é um dos poucos painéis figurativos que ainda restam daquela centenária fábrica aveirense e que deu origem à Fábrica Aleluia.
Em 1905, um grupo de operários e pintores que até então trabalhava na Fábrica da Fonte Nova, em Aveiro, entre os quais os irmão João Aleluia e Feliciano Aleluia, João Bernardo Júnior, António de Lima e João Gonçalves, fundou a Fábrica dos Santos Mártires, então situada no atual Bairro do Alboi. No ano seguinte, a sociedade foi dissolvida, ficando João Aleluia com Fábrica dos Santos Mártires até que em 1917/8 a produção foi transferida para uma nova unidade, nas proximidades do Canal do Cojo, que passou a ser conhecida por Fábrica Aleluia. O pintor ceramista Carlos Mendes também trabalhou na Fábrica da Fonte Nova, como refere Patrícia Sarrico na sua tese de mestrado, juntamente com artistas como Licínio Pinto e Francisco Pereira, entre outros. No entanto, e conforme a assinatura datada que se encontra neste painel, no ano de 1910 Carlos Mendes trabalhava na Fábrica Santos Mártires.
Para além deste painel representando o episódio bíblico da Samaritana e Jesus no poço de Jacob (ou melhor, no caso, na fonte), há ainda um outro painel, possivelmente executado na Fábrica das Devesas, em Gaia, mas que por motivos desconhecidos foi cortado, faltando parte da assinatura do artista e também da designação da fábrica onde foi executado. Para além destes dois painéis, a fonte possui um bom conjunto de azulejos de padrão.