Linda prenda, papás

“É para os papás, a minha primeira prenda”. Esta dedicatória está no verso da ecografia – foi escrita pelo médico que a efectuou – pertence a um casal que a guarda religiosamente. A mamã é enfermeira e o papá é bancário. O bebé, hoje um jovem universitário tinha, ao tempo, quatro semanas.

Naquele minúsculo ser, vê-se o coração a configurar-se e já em movimento. Daí em diante, tudo será uma vida em expansão, um corpo em configuração, uma pessoa em gestação.

Andava maravilhado com esta notícia e chega pela Antena 1 a novidade de que a National Geographic filmou toda a evolução da vida intra-uterina, do ovo ao parto e se propõe oferecer essa prenda no Dia da Mãe, celebrado no 1º domingo de Maio. Oferece-o em vários cinemas e, mais tarde, certamente, em serviços de televisão. Pode assim entrar-nos pela casa dentro. E quem não tiver preconceitos de qualquer espécie, pode verificar o que está fundamentalmente em causa quando se debatem questões relacionadas com a interrupção voluntária da gravidez ou, em linguagem mais verdadeira, com o aborto. O ser humano em crescimento como se pode ver na ecografia, já tem coração e já se pode sentir o seu batimento, às quatro semanas.

O filme vem assim confirmar o que, há muito, se vem dizendo, a partir de inúmeros estudos científicos.

Todas as outras questões, que são muitas e complexas, não podem ignorar e sacrificar esta vida germinal em desenvolvimento. A melhor prenda para quem tem de decidir – os pais e não apenas a mãe ou os deputados da Nação ou a presidência da República – será, sem dúvida, a alegria responsável da defesa e promoção de quem aguarda vez para aparecer e revelar toda a pujança da sua vida. A melhor prenda de uma sociedade é ver o seu futuro garantido, a partir dos cuidados do presente.