O livro “O Padre das Prisões Portuguesas”, de Inês Leitão, sobre o P.e João Gonçalves e o seu trabalho enquanto capelão e coordenador da pastoral penitenciária em Portugal, foi apresentado na Feira do Livro de Aveiro, na tarde de 14 de junho.
Na sessão, o padre que é visitador das prisões há 40 anos e coordenador nacional da pastoral penitenciária referiu que “o preso é sempre alguém que merece muito respeito” e que o trabalho de visitar os detidos é “ver Cristo no preso”. “Como posso ver Jesus Cristo no preso? A resposta é difícil. Mas Jesus disse: «Estive preso e vieste visitar-me». Não disse que tipo de crime tinha cometido, nem disse que estava inocente”, disse P.e João Gonçalves para realçar que qualquer preso, apesar do seu crime, é pessoa com dignidade. O sacerdote realçou que aceitou que a sua experiência passasse a escrito “para falar das prisões, melhor, dos presos, não das casas, mas das pessoas”.
O livro é uma edição da Cáritas e está à venda por 15 euros. As irmãs Inês e Daniela Leitão já haviam realizado em 2015 o documentário “O Padre das Prisões”.
No lançamento, com a presença de uma centena de pessoas, intervieram também o presidente da Cáritas Portuguesa, o presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Inês Leitão e o Bispo de Aveiro. Eugénio Fonseca assumiu que o livro se insere no espírito da Cáritas por “promover a dignidade humana” e ajudar a “transformar as consciências”, que é “o mais fundamental de tudo”. D. António Moiteiro notou a feliz coincidência de o livro sair em pleno ano da misericórdia, sublinhando que se nem todos podem visitar as prisões, como manda uma das obras de misericórdia, todos pode fazer muito para evitar que alguém caia no crime e ajudando na reinserção de quem reconquista a liberdade.