Papa assinala Dia Internacional da Mulher com alertas contra marginalização feminina

Francisco deixou uma saudação especial às mulheres que procuram construir uma sociedade mais justa e testemunham o Evangelho.

 

O Papa Francisco assinalou o Dia Internacional da Mulher, agradecendo pela presença feminina na sociedade e na Igreja, e pediu o fim da marginalização das mulheres.
“Hoje, 8 de março, [dirijo] uma saudação especial a todas as mulheres, a todas as mulheres que diariamente procuram construir uma sociedade mais justa e um obrigado fraterno às que, de mil maneiras, testemunham o Evangelho e trabalham na Igreja”, declarou no domingo, após a recitação da oração do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício, no Vaticano.
Francisco quis reforçar a necessidade de estar atento à “importância das mulheres” e à sua presença na “vida” de todos os dias. “Um mundo em que as mulheres são marginalizadas é um mundo estéril, porque as mulheres não só transportam a vida mas também nos transmitem a capacidade de ver mais além, veem para lá delas mesmas, a capacidade de ver o mundo com outros olhos, de sentir as coisas com um coração mais criativo, mais paciente, mais terno”, sustentou.
O Papa disse aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro que é preciso estar “mais perto” de todas as pessoas que passam por “momentos de dificuldade”, através do “afeto, da oração e da solidariedade”. Francisco deixou depois uma “oração e uma bênção particulares” para todas as mulheres.
A tradicional catequese de domingo centrou-se na vivência da Quaresma, o tempo de preparação para a Páscoa no calendário litúrgico, com o Papa a pedir que todos façam da sua vida um “sinal” do amor de Deus para com os outros, “especialmente os mais fracos e os mais pobres”.

 

Presença feminina aumenta no Vaticano

O número de mulheres a trabalhar nas instituições da Cúria Romana e do Estado da Cidade do Vaticano aumentou em 90% nos últimos dez anos, revelou o departamento de pessoal da Santa Sé. Os dados foram divulgados por ocasião da celebração do Dia Internacional da Mulher que se celebrou este domingo.

As mulheres representam cerca de 20% do total de funcionários ao serviço do Papa no Estado da Cidade do Vaticano, um aumento de sete pontos percentuais face a 2004 (13%).
A presença feminina na Santa Sé inclui responsabilidades nos departamentos da Cúria Romana e nas áreas dos arquivos, da história e da comunicação social.
Os organismos centrais de governo da Igreja Católica têm duas subsecretárias, ambas italianas: a irmã Nicoletta Spezzati, da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, e a leiga Flaminia Giovanelli, do Conselho Pontifício Justiça e Paz.
Segundo a Rádio Vaticano, a primeira mulher a ser empregada por serviços da Santa Sé foi Anna Pezzoli, em 1915, e a sua presença tornou-se mais notória após o Concílio Vaticano II (1962-1965).