Primeiro Dia Nacional do Azulejo

Painel com sinais de degradação na Estação CP de Aveiro

Assinala-se no próximo sábado o primeiro Dia Nacional do Azulejo. Conheça neste texto as iniciativas de decorrem em Aveiro e na região e alguns casos de património azulejar em perigo.

 

Hoje, no âmbito das comemorações da primeira edição do Dia Nacional do Azulejo, cuja data é 6 de maio, e com o objetivo de promover e salvaguardar o azulejo como património cultural, decorre em Aveiro a “Ação Escolar SOS Azulejo 2017”, numa realização do Projeto SOS Azulejo, Universidade de Aveiro, Fábrica Centro de Ciência Viva de Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro, entre outras entidades.
Até às 13 horas, a Fábrica Centro de Ciência Viva de Aveiro acolhe a “Feira de Ciência, Artes e Ofícios sobre Património Azulejar Português” e a apresentação de trabalhos de alunos das escolas e instituições envolvidas no evento.
Das 15 às 16h30, junto ao n.º 6 da Rua dos Combatentes da Grande Guerra (Rua Direita), realização a oficina de azulejos “Pássaro de seda”. No final, pelas 17h30, no Museu Arte Nova de Aveiro, é inaugurada a Exposição de Azulejaria Arte Nova, a qual dá destaque à produção aveirense saída entre 1903 e 1920, das diversas fábricas de cerâmica que existiram em Aveiro, muitas das quais granjearam grande reputação nacional na área da azulejaria.
Pelas 18 horas, tem início, no Museu da Cidade de Aveiro, o “Percurso pelas memórias moldadas da cidade – Arte Nova”, que visa descobrir a presença da cerâmica no edificado citadino, com especial destaque para o período Arte Nova.

Património azulejar em perigo
Na cidade de Aveiro são inúmeros os casos de património azulejar em risco de perda, incluindo em fachadas principais de imóveis classificados (mas que são privados) e também em espaços tutelados pela Câmara Municipal de Aveiro.
Neste último caso, podemos referir a degradação dos enormes painéis de mosaico, da autoria de Vasco Branco, que decoram os dois lados do túnel de Esgueira (Rua de Viseu), com grandes espaços “grafitados” e peças em falta. Também o painel da autoria de Cândido Teles, situado na Rua Clube dos Galitos, tem peças em falta. Igualmente, no edifício da antiga Estação da CP há painéis com azulejos degradados (na fachada virada para o Largo da Estação) e com azulejos em falta (fachada virada para as linhas). A estes, podemos juntar alguns dos revestimentos azulejares existentes no Parque Infante D. Pedro.
Pelo menos três imóveis que integram o percurso citadino “Museu Arte Nova” apresentam revestimento azulejar degradado. Estão neste caso os edifícios da “Antiga Cooperativa Agrícola”, datado de 1923 e situado na Rua João Mendonça; de Pompeu de Figueiredo, datado de 1910, situado na Rua do Carmo; e de F. Rebelo dos Santos, datado de 1911, situado na Rua Almirante Cândido dos Reis. Apesar de não incluído neste roteiro museológico, mas devido à sua importância para o património azulejar de Aveiro, há que juntar também a fachada do edifício das “Quatro Estações” (Rua Manuel Firmino).
Igualmente, os dois painéis assinados por Licínio Pinto, executados na Fábrica da Fonte Nova, existentes na Rua Gustavo Ferreira Pinto Basto estão a necessitar de recuperação, o mesmo acontecendo com o painel publicitário que ainda está na fachada da antiga “cantina” da Lota de Aveiro. Em muito pior estado, encontram-se os painéis, com temática de relevante importância para a história local, que estão num muro fronteiro a um conjunto de três residências da Rua de Sá.
Dia Nacional do Azulejo
A criação do Dia Nacional do Azulejo, que se assinala a 6 de maio, foi aprovada, por unanimidade, pela Assembleia da República, com o objetivo de afirmar o reconhecimento da tradição azulejar como património nacional, “projetando a sua importância, constituindo-se, igualmente, numa ocasião de evocação da sua proteção e preservação, que deve envolver os agentes públicos e privados”.
Igualmente, foi aprovado diversos projetos que visam recomendar ao governo medidas de proteção e valorização do património azulejar, nomeadamente a interdição de demolição de fachadas azulejadas e a remoção de azulejos das mesmas salvo em casos de diminuto ou nulo valor patrimonial a nível nacional.
Com estas medidas, pretende-se que todas as edificações azulejadas de valor patrimonial e cultural fiquem automaticamente protegidas de demolição ou remoção de azulejos, sem que para tal necessitem ser classificadas.

Cardoso Ferreira

 

 

Oliveira do Bairro assinala Dia Nacional do Azulejo

No ano em que se comemora pela primeira vez em Portugal o Dia Nacional do Azulejo, e porque Oliveira do Bairro é um concelho ligado ao barro e azulejaria, o movimento Unidos Por Oliveira do Bairro (UPOB) via realizar, sábado, pelas 15 horas, na Igreja de S. Simão, em Oiã, a palestra “A azulejaria e a talha enquanto património cultural de Oliveira do Bairro”, que será proferida por António Leandro.

 

Projeto EstaçãoViva apresenta-se aos aveirenses

O projeto EstaçãoViva, um movimento de cidadania ativa liderado por Ana Teresa Geraldo, que quer “dar vida” ao antigo edifício da Estação CP, apresenta-se aos aveirenses no próximo sábado, no Largo da Estação de Aveiro, entre as 10h e as 12h30, no evento “Acultura-Te na EstaçãoViva”, que inclui músicas, poemas e outras manifestações. A iniciativa comemora também o Dia Nacional do Azulejo junto ao edifício que é precisamente um dos melhores exemplares desta arte.