“Taxa de insolvências no setor devido à conjuntura é brutal”

Jorge Silva: “A taxa de mortalidade de empresas recém-criadas é muito elevada,  a empresa nasce e rapidamente insolve”.

Jorge Silva: “A taxa de mortalidade de empresas recém-criadas é muito elevada, a empresa nasce e rapidamente insolve”.

Jorge Silva, presidente da Associação Comercial de Aveiro (ACA), aborda o atual momento dos setores do comércio e serviços de proximidade. Lembra as reivindicações das empresas para melhorar o espaço público e deixa outras sugestões que permitam viabilizar atividades que, apesar da crise, continuam a ter elevada importância económica e mesmo social. Em Aveiro, onde existe muita concorrência de grandes centros comerciais, é a restauração e o turismo que mais ‘puxam’ os pequenos negócios. Entrevista conduzida por Júlio Almeida.

 

 

CORREIO DO VOUGA – A Associação Comercial de Aveiro (ACA) é uma referência na cidade e região. Qual a vossa principal missão?
JORGE SILVA – A ACA tem mais de 150 anos e o seu principal objetivo é negociar, em representação dos sócios, em sede concertação social, a contratação coletiva de trabalho. Isso mobiliza-nos bastante, gasta muita da nossa energia. É um ponto forte, apesar de ter andado um pouco adormecida por imperativos da ‘troika’, mas neste momento presumo que o novo governo a queira dinamizar novamente.

 

São setores com caraterísticas particulares…
99% das suas empresas, têm menos de 10 funcionários. Mas têm de trabalhar em igualdade de circunstâncias. Temos de ter uma política negocial de contrato coletivo muito forte, trabalhamos muito isso, embora nem seja sempre visível. O nosso contrato coletivo tem caraterísticas distintas do que é habitual e, curiosamente, está a ser replicado, por exemplo, em Coimbra. E Viseu segue o mesmo caminho. Nós permitimos baixar ou aumentar salários de acordo com o desempenho da própria empresa. Depois, temos uma série de valências normais numa associação, como apoio jurídico, de direito laboral, que tem muita procura.

 

A associação desempenha outros papéis, de promoção, por exemplo?
Temos desenvolvido também uma atividade cultural e social intensa. É o caso do evento Aveiro Moda, que tem feito o seu caminho, dando visibilidade às casas comerciais de pronto-a-vestir, acessórios de moda, mas também aos criadores. A passagem de modelos no canal dos Botirões é um caso único. Ninguém acreditava, mas triplicámos o número de estilistas que incentivamos, gente interessante e a querer fazer coisas muito giras. Damos exposição a essa gente que é de Aveiro.

 

 

Leia mais na edição em papel do Correio do Vouga de 09 de dezembro de 2015