Bênção do mar e da ria e das pessoas que neles trabalham

Chegada da procissão
ao mar da Costa Nova

Procissão com andor de santo Amaro levado por pescadores encerrou visita pastoral do Bispo de Aveiro à Costa Nova.

 

D. António Moiteiro abençoou o mar, a ria, as gentes que neles trabalham, os instrumentos e os espaços de trabalho e de férias na Costa Nova. Na conclusão da visita pastoral à paróquia, no dia 15 de janeiro, o Bispo de Aveiro presidiu a uma procissão de cerca de hora e meia em que o andor de santo Amaro foi levado por quatro pescadores com roupas e botas próprias da pesca – dois deles são familiares de outros dois recentemente falecidos na faina marítima. A procissão saiu da Igreja de Nossa Senhora da Saúde (igreja matriz) no final da Missa e dirigiu-se ao mar para a primeira paragem e bênção. Atravessou depois a Costa Nova para chegar ao porto de pesca da ria – segunda paragem. Seguiu então pela Rua de Santo Amaro e voltou a parar em frente ao mercado do peixe. Regressou por fim à igreja, onde se rezou a santo Amaro, que salvou o “amigo Plácido das águas do lago”. Ao santo venerado precisamente a 15 de janeiro, pediu-se proteção para “todos os que navegam no mar e na ria, os que das águas arrancam o sustento para as suas famílias e os que enfrentam as tempestades e as cheias”.
Na Costa Nova reside uma significativa comunidade ligada à pesca artesanal na ria e no mar e ao comércio do peixe.
Antes, na homilia, D. António Moiteiro afirmou que santo Amaro – ou S. Mauro –, um dos primeiros santos da ordem beneditina, “ensina a pôr a própria vida ao serviço de Deus”. Sendo dos primeiros discípulos de S. Bento, colaborou na difusão da vida monacal, fundando uma abadia em França, ainda existente. A rede de abadias, do século V em diante, foi de tal forma importante para a formação da Europa, num tempo de grandes transformações sociais, com a queda do Império Romano e as invasões bárbaras, que S. Bento foi declarado patrono do continente europeu.
Em dia de conclusão da visita à paróquia, D. António Moiteiro deixou dois apelos à comunidade católica: que todos procurem formação cristã para aprofundar a fé e o conhecimento de Deus; e que participem na construção do espírito comunitário. “O futuro da nossa fé passa pela capacidade de criar espírito fraterno, de vivermos uns com os outros em interajuda, com Jesus”, disse.
No final da celebração, a comunidade ofereceu a miniatura de um barco como símbolo da paróquia. O P.e Ângelo Pereira da Silva, pároco, agradeceu a visita do Bispo de Aveiro. “Continuamos a contar também com a sua presença física, sempre que possível”, disse.