Dissertação de mestrado sobre sofrimento dos invisuais vale nota máxima

A estudante de Psicologia Ana Sofia Teixeira

A estudante de Psicologia Ana Sofia Teixeira

Ana Sofia entrevistou 208 pessoas com deficiência visual de todo o país. Mestrado com nota máxima.

 

Ana Sofia Teixeira, estudante da Universidade de Aveiro (UA), realizou uma investigação inédita realizada em Portugal sobre o sofrimento emocional em pessoas com deficiência visual, a qual lhe valeu 20 valores na dissertação de mestrado.
A autora do estudo nasceu com retinite pigmentar, uma doença degenerativa que, gradualmente, e desde a infância, lhe tirou quase toda a visão, cinco por cento de visão num olho e um por cento no outro, facto que não a impediu de concluir com excelência o Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde.
Na página eletrónica da UA, Ana Sofia Teixeira afirma: “À medida que fui crescendo, que me fui conhecendo melhor, aprendi a aceitar a minha limitação visual, a aprender a lidar com as dificuldades e a olhar-me como um ser muito especial”. Refere ainda que não foi muito fácil aprender a lidar com a sua deficiência. No entanto, “com a força de Deus, com o apoio incansável das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, com as quais cresci desde os meus quatro anos de idade na Casa da Sagrada Família da Guarda, e com a grande vontade que desde tenra idade tinha em crescer nos bons valores, em me tornar uma mulher forte e corajosa, fui conseguindo ultrapassar aos poucos os obstáculos que a vida me apresentava e ainda a fazer dos problemas oportunidades”, afirma.
Como em Portugal, e também nos outros países, são escassas as investigações que estudam o sofrimento emocional na população adulta com deficiência visual, para elaborar a sua dissertação, Ana Sofia entrevistou 208 pessoas com deficiência visual de todo o país.
A autora do estudo realça que “as pessoas que apresentam mais sofrimento emocional são as que têm deficiência adquirida, as solteiras e as que percecionam que a deficiência visual interfere negativamente na sua vida”.