
A exposição está patente no Centro Cultural de Ílhavo, podendo ser visitada de terça a sexta das 11h às 18h e aos sábados das 14h às 19h
A exposição inclui documentos, fotografias e objetos de alguns dos ilhavenses que combateram na Grande Guerra, bem como armas, fardamentos e equipamentos.
A exposição “Os Ílhavos na Grande Guerra”, que se encontra patente no Centro Cultural de Ílhavo, é o resultado de uma profunda investigação histórica e documental realizada pelo Centro de Documentação de Ílhavo. Este trabalho inédito, ao nível dos municípios portugueses, permitiu saber que foram 240 os militares ilhavenses que combateram nos diversos cenários da Primeira Guerra Mundial, bem como os locais de combate em que cada um desses homens esteve presente e em que regimentos ou companhias militares estiveram incorporados, quais os seus lugares de origem, profissões, estado civil, e ainda aqueles que foram promovidos ou condecorados.
A investigação permitiu saber que dez ilhavenses morreram em combate, aos quais se juntam ainda oito civis, que integravam companhas da marinha mercante, que faleceram vítimas de ataques aos navios onde se encontravam. A freguesia de S. Salvador, que nessa altura integrava ainda as atuais freguesias da Gafanha da Encarnação e da Gafanha do Carmo, esteve presente no conflito através de 207 homens, sendo os restantes 33 oriundos da freguesia da Gafanha da Nazaré. Apesar de Ílhavo ser uma “terra de marinheiros”, somente 19 desses 240 militares ilhavenses integraram a Marinha de Guerra, enquanto 219 pertenceram ao Exército, havendo ainda dois homens que estiveram nesses dois ramos, não havendo qualquer ilhavense na aviação, que nessa altura estava ser criada em Portugal.
A exposição inclui documentos, fotografias e objetos de alguns dos ilhavenses que combateram na Grande Guerra, bem como algumas armas, fardamentos e equipamentos usados nesse conflito, tanto em França, como em Angola e Moçambique, peças cedidas por familiares desses combatentes e por colecionadores.
Para além dos depoimentos de algumas dezenas de familiares e amigos dos antigos combatentes ilhavenses, os quais ajudaram a resgatar da memória experiências e vivências desses homens em combate, a equipa de investigação do Centro de Documentação de Ílhavo contou com o apoio de entidades diversas, entre as quais o Arquivo Geral do Exército, o Arquivo Histórico Militar, o Arquivo Histórico Ultramarino, o Arquivo Histórico da Marinha, o Museu do Ar, o Museu Militar de Lisboa, o Museu Militar de Bragança, a Liga dos Combatentes, a Hemeroteca de Lisboa e a empresa Vista Alegre Atlantis.
“Numa perspetiva de valorização do nosso percurso histórico”, esta exposição pretende, no dizer do presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Fernando Caçoilo, “dar a conhecer e homenagear os destemidos ilhavenses que há um século partiram para travar a Grande Guerra”.
Cardoso Ferreira