Ao regressar da escola. O papel dos pais na aprendizagem escolar
Marie-Claude Béliveau
Multinova / Paulus
332 páginas
16,90 euros
“Todos os pais têm, mais cedo ou mais tarde, de confiar o seu filho à escola. Devem fazê-lo com a maior confiança possível se querem vê-lo crescer harmoniosamente naquela que será a sua segunda casa”, afirma logo na primeira página deste livro Marie-Claude Bélivau. Ortopedagoga e psicoeducadora há mais de 30 anos, tem dezenas de livros publicados sobre a infância e as dificuldades escolares. Este, com o título “Ao regressar da escola” e subtítulo “O papel dos pais na aprendizagem escolar”, quer ser um guia para o papel a desempenhar na nova fase da vida da criança, a vida escolar, que se pode tornar “elemento desencadeador de tensões e até de conflitos no seio da família”.
Trata-se de um livro muito útil, certamente para os pais, mas igualmente para educadores e professores, cheio de exercícios e sugestões para que as crianças cresçam em responsabilidade. “O objetivo deste livro é o de oferecer aos pais formas de ajudar a criança a empenhar-se na sua vida escolar, nomeadamente no momento dos trabalhos de casa e do estudo; por outras palavras, esta obra quer favorecer o desenvolvimento da sua autonomia e do seu sentido de responsabilidade”. E tudo se pode resumir, quanto aos pais, em “fazer de outro modo”, em vez de “fazer mais”. No fundo, há alternativas para o “massacre” dos filhos, por parte dos pais, quando se trata de fazer o trabalho de casa. Ter pedagogia é precisamente isso: ajudar sem sufocar, sem “impedir o surgimento da autonomia”, que é “condição essencial” do desenvolvimento da criança.
O livro divide-se em duas grandes partes. Uma mais teórica, mas de necessária leitura prévia, para a “compreensão dos princípios gerais que sustentam os recursos”. E outra mais prática, onde se apresentam estratégias, recursos, jogos, brincadeiras. Uma onde se fala do que é “ajudar a criança a aprender”. E outra onde se reponde a “o que fazer no dia a dia?”. E pode-se fazer muito, mesmo quando não se está em casa a fazer o trabalho de casa. Um passeio de carro, por exemplo, pode ser ocasião de lançar pequenos jogos que despertam a atenção, a criatividade, a concentração, a imaginação.
Numa terceira, quarta e quinta partes, mais breves, fala-se de crianças com necessidades especiais, de novas tecnologias e apresentam-se perguntas & respostas frequentes, como estas: “Devo permitir que o meu filho faça os trabalhos de casa em frente à televisão?” ou “Como arranjo tempo para ajudar o meu filho, que reclama constantemente a minha presença?”